Em um processo eleitoral quem está na disputa quer ganhar de qualquer jeito. É como no futebol. Vale gol de mão, de impedimento e de qualquer maneira, às vezes com a conivência dos árbitros, outras tantas por falhas deles.
Na política como no futebol, as torcidas são organizadas e beiram o fanatismo. No futebol, pela diversão, o prazer. Na política, pelos interesses. Só e somente só. Afinal, quem ganha leva o poder.
Na eleição deste dia 30, em Maceió, tudo correu dentro do figurino com todos esses ingredientes do ambiente natural da disputa. O que destoou mesmo foi o número de abstenções, brancos e nulos. Mais de 178 mil votos.
Mais de 115 mil eleitores desistiram de votar nesta eleição. 45.990 votaram nulo e 16.665 votaram em branco. Isso obviamente, na visão dos eleitos fica para trás. De quem não logrou êxito no processo, também.
Mas, lá na frente, nem que sejam estudiosos do assunto vão ter que se debruçar sobre os números e começar os questionamentos que vão servir de aprendizado para o próximo pleito. Por que mais de 178 mil viraram as costas para os dois candidatos em Maceió?
Há quem diga que a baixaria – e de parte a parte – foi um dos fatores determinantes para isso. Há quem diga que o momento político vivido no País, com a corrupção desenfreada e a democracia sendo vilipendiada a todo instante, foi imperativo.
Pode ser tudo isso e muito mais. Certo mesmo é que há uma grande parcela da sociedade brasileira descontente com classe política – e com razão de ser – e se não houver mudanças significativas de postura, comportamento e trabalho real na causa, a tendência é piorar.
E nesse caso é preciso postura até para se comemorar uma vitória.