A fuga de 11 presos na madrugada desta segunda-feira, 04, do presidio Cirydião Durval foi para setores do meio jurídico alagoano uma espécie de “evasão anunciada”, dada a precariedade do lugar.
Tanto é assim que na última sexta-feira, primeiro de abril, a situação das unidades prisionais em Alagoas foi tema de uma reunião na sede da Defensoria Pública do Estado, entre o coordenador do Núcleo de Tutela Coletiva da instituição, o defensor público Ricardo Melro e a presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Alagoas (OAB/AL), Fernanda Marinela, e o conselheiro Seccional e representante da Ordem no Conselho Estadual de Segurança, Marcus Lacet.
Eles se reuniram para debater as violações dos direitos humanos e superlotação dentro das delegacias do Estado, mas acabaram discutindo também as deficiências do sistema carcerário. Eles decidiram recomendar encaminhamentos para a abertura de novas unidades prisionais para o Estado visando o respeito às garantias constitucionais da dignidade, e o possível agendamento de uma reunião para tratar da crise do sistema, buscando estratégias junto ao Estado.
O defensor público Ricardo Melro destacou a necessidade de serem tomadas providências urgentes em relação ao Complexo de Delegacias Especializadas (CODE), Central de Flagrantes e Casa de Custódia, que vivem próximo de um colapso. “Essa integração entre Defensoria Pública e OAB é de extrema importância, para tentar solucionar esse momento de urgência que vive o sistema prisional. O momento é de busca de soluções”, disse.
“Temos diversos problemas no sistema prisional, que precisam ser resolvidos de forma urgente. Agora, vamos tentar conversar com os órgãos responsáveis, inclusive com o Estado, para juntos buscarmos caminhos alternativos para essa crise”, afirmou a presidente da OAB Alagoas, Fernanda Marinela.