28 de março de 2024Informação, independência e credibilidade
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Meu Garoto! Meu pai-pai!

Dizem, em Brasília, que JHC tem o mandato, mas quem manda é o pai

Cascatinha, interpretado por Castrinho, era o orgulho do papai, vivido por Chico Anysio. Uma relação criada por dois dos maiores humoristas do Brasil, configurada no diálogo que virou jargão: “- Meu garoto! – Meu pau-pai!”, sempre repetido para demonstrar a cumplicidade entre pai e filho, acobertando os erros do ‘garoto’.

Nos bastidores da Câmara Federal, o velho jargão vem sendo lembrado na relação entre o deputado alagoano João Henrique Caldas (JHC) e seu pai, o ex-deputado João Caldas, profundo conhecedor dos trâmites nos corredores da Casa. É que a cumplicidade entre ambos chega ao ponto de confundir os papeis. Dizem as más línguas que JHC tem o mandato, mas quem manda, mesmo, é o ‘pai-pai’.

O indicativo está na Coluna Radar, da Revista Veja. Uma nota do jornalista Gabriel Mascarenhas fala da batalha travada por JHC para conquistar a vaga de terceiro-secretário da Mesa Diretora da Câmara (ambição normal e salutar, diga-se de passagem). Na cadeira conquistada, ele é o responsável, além de outras coisas, pelo acompanhamento e análise das presenças e faltas dos deputados, bem como pelo reembolso de despesas.

Mas, pelo que revela a coluna, ele não parece fazer tanta questão de ocupar o espaço que tanto almejou e lutou para conquistar. E o motivo seria bem familiar: Ao contrário do deputado, que, segundo a coluna, quase não aparece por lá, é o pai, ex-deputado João Caldas, quem passa a maior parte do tempo na cadeira do filho, dando ordens e pitacos no funcionamento da secretaria.

Aliás, JHC já demonstrou que gosta de trabalhar em família, dividindo com os pais as benesses do poder. Na campanha de 2013, a denúncia – comprovada por certidão – de que ele chefiara a própria mãe, Eudócia Caldas, lotada em seu gabinete, quando exercia mandato de deputado estadual na Assembléia Legislativa, arranhou seu discurso ‘moralista’ e colocou uma nódoa de nepotismo na sua pretensão de se eleger prefeito de Maceió.

Mas o pai coruja continua por perto…

Meu garoto!…

One Comment

  • Equivoco nesse texto “no diálogo que virou jargão: “- Meu garoto! – Meu pau-pai!”, original dos personagens era “Meu garoto, Meu pai-pai”

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