25 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Ministros indicados por Temer trabalham pela absolvição no TSE

Aliados a Gilmar Mendes, os ministros têm se manifestado em defesa do presidente

Os dois ministros indicados pelo presidente Michel Temer para compor o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Admar Gonzaga e Tarcísio Vieira, defenderam que a corte ignore as novas provas juntadas ao processo do PSDB que pede a cassação da chapa Dilma/Temer.

Entre elas, depoimentos e materiais reunidos com base na delação premiada da Odebrecht e dos marqueteiros João Santana e Mônica Moura. Embora apenas Tarcísio tenha antecipado seu voto, o debate entre os ministros nesta manhã indica o placar, de quatro a três, a favor da exclusão das delações.

Se isso ocorrer, o esvaziamento da denúncia abre caminho para a absolvição do presidente Michel Temer e da ex-presidente Dilma.

“Não se pode admitir que a ação inicial seja dilatada para alcançar fatos estranhos à petição inicial. […] O meu voto é no sentido de acolher essa questão de extrapolação indevida do objetivo da demanda e propugnando pela exclusão do julgamento das provas produzidas a partir do dia 1º de março de 2017 porque não detém correlação com os fatos narrados”, concluiu Tarcísio.

Admar sinalizou que seguirá o mesmo caminho do colega ao dizer que levará em consideração apenas as doações oficiais, excluindo a parte que envolve fatos que tenham relação com a Odebrecht, referentes à prática de caixa dois.

Além dos dois novatos, também se pronunciaram nesse sentido os ministros Napoleão Nunes Maia e Gilmar Mendes, presidente da corte. Do outro lado, estão o relator, Herman Benjamin, e os ministros Rosa Weber e Luiz Fux, ambos do Supremo Tribunal Federal (STF), a exemplo de Gilmar. Os votos serão dados nesta tarde.

Herman Benjamin criticou a manifestação dos colegas que apoiam a exclusão das delações do processo. “Então vamos inverter esse julgamento e, ao invés de investigar caixa dois, vamos investigar caixa um?” O relator prosseguiu: “Aqui nós sempre examinamos caixa dois. Caixa um, como o ministro Gilmar disse, se transformou em uma grande lavanderia, a mais sofisticada possível”.