De repente os jogos de azar viraram a menina dos olhos da classe política brasileira. Os tempos estão bicudos. Os empreiteiros que financiavam fácil a corrupção estão em maus lençóis, a partir da Operação Lava Jato.
Então que venham os bingos, cassinos, o jogo do bicho, as máquinas caça níqueis, enfim, tudo que possa tirar dinheiro do cidadão e colocá-lo no mercado a rodo.
O interesse da classe política é tanto que o projeto da legalização avança no Congresso e agora com a chancela do Palácio do Planalto. Michel Temer, o interino presidente, quer a legalização já.
O ex-ministro do Turismo do atual governo,Henrique Alves, afastado do cargo por ter sido denunciado na Lava Jato como propineiro, era o defensor mor. Ele se foi, mas no governo ficaram defendendo a imediata aprovação dos bingos, cassinos e demais modalidades, o ministro alagoano Maurício Quintella (Transportes) e o sempre suspeito Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo).
Partindo para o lado do Congresso é quase unânime a torcida pela abertura das casas iluminadas com os jogos de azar. Um dos mais fervorosos defensores é o nosso senador Benedito de Lira (PP).
Por que será que eles estão tão empenhados na abertura desses negócios?
Dizem representantes do Ministério Público Federal que por realizar a grande maioria das transações em espécie, os jogos de azar facilitam truques de contabilidade e são uma janela bastante comum para tornar legal um dinheiro obtido de forma ilegal.
As casas, normalmente, são montadas por politicos que, para administrá-las, colocam lá seus laranjas preferidos. Para o Ministério Público não restam dúvidas de que as casas de jogos representam incentivos à lavagem de dinheiro e à corrupção, sem esquecer, evidentemente, que é um lastro mais amplo para outras modalidades de crimes.
Mas, Temer quer, seus ministros e congressistas também.
Senhoras e senhores, façam suas apostas!
Crupiê, roda a roleta que o Brasil é uma festa…