O Ministério Público Federal do Rio (MPF-RJ) apresentou na noite de terça-feira à Justiça Federal do Rio o pedido de abertura de uma ação penal contra Carlos Arthur Nuzman, seu braço-direito Leonardo Gryner, e outros, entre eles o ex-governador do Rio Sergio Cabral.
Nuzman, que está preso preventivamente, foi denunciado por corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Gryner foi incluído nos dois primeiros crimes, enquanto Cabral foi denunciado por corrupção ao lado do empresário Arthur Soares, conhecido como “Rei Arthur” e os senegaleses Lamine e Papa Diack, respectivamente pai e filho e que são dirigentes esportivos ligados ao atletismo.
O MPF ainda pede a reparação por danos materiais no valor de R$ 6,34 milhões e de danos morais no valor de R$ 1 bilhão dos seis réus citados na denúncia.
A denúncia, originária da operação Unfair Play, envolve a suposta compra de votos africanos na eleição para a sede da Olimpíada de 2016, realizada em 2009.
O ex-presidente do COB está preso desde 5 de outubro. A investigação iniciada pelo Ministério Público da França mostrou que uma empresa de Arthur Soares depositou US$ 2 milhões em contas ligadas a Papa Diack, filho do então presidente da Federação Internacional de Atletismo (IAAF).
Outro lado
A defesa de Nuzman já rebateu diversas vezes as duas primeiras acusações. Alega que o agora ex-presidente do COB não é funcionário público e, por isso, não pode responder por corrupção passiva, e ressalta que os fatos investigados aconteceram em 2009, quatro anos antes de organização criminosa se tornar crime no Brasil.
Já a defesa do ex-governador Cabral alega que não foi comunicado da denúncia e só deve pronunciar assim que receber a notificação. Anteriormente, o advogado Rodrigo Roca tratou a acusação como “uma sandice” pelo fato de a escolha da sede olímpica estar fora do alcance de um governador.