26 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Munição usada contra Marielle é do mesmo lote da maior chacina da história de São Paulo

O lote é o mesmo encontrado em agosto de 2015 em Osasco e Barueri, após 17 mortes

A munição que matou a vereadora carioca Marielle Franco (PSOL) na última quarta-feira (14) foi comprada pela Polícia Federal em dezembro 2006. A informação foi divulgada pelo RJ1, da TV Globo. O lote é o mesmo encontrado em agosto de 2015 em Osasco e Barueri, na Grande São Paulo, em parte das balas usadas naquela que é considerada a maior chacina do estado de São Paulo, com 17 mortos.

À época, a investigação da polícia paulista descobriu que parte das cápsulas encontradas no local do crime pertencia ao lote UZZ-18, comprado pela PF de uma empresa privada. Neste caso de São Paulo, três policiais militares e um guarda civil foram condenados pela chacina.

Não é possível dizer, porém, que o grupo da chacina em São Paulo tenha relação com quem matou a vereadora carioca e seu motorista, Anderson Pedro Gomes, 39. Nem é possível dizer que agentes de segurança tenham atuado no crime do Rio. Desvios de munição comprada por órgãos oficiais são comuns, assim como o reaproveitamento de cápsulas de projéteis já disparados.

No caso do assassinato de Marielle, ainda segundo a TV Globo, a munição não tinha sinais de modificações. Marielle morreu com tiros de pistola calibre 9 milímetros, o mesmo modelo de arma usado por agentes de segurança.

Em nota conjunta, a Polícia Federal e a Polícia Civil do Rio não confirmaram a informação específica, mas afirmaram que estão apurando a denúncia. A PF ajuda nas investigações, embora a Civil seja a principal responsável pelo caso.

Execução

Marielle foi morta com quatro tiros na cabeça, em crime com indícios de ter sido premeditado. A vereadora deixou, na última quarta, um debate na Lapa, no centro do Rio, em um carro junto com um motorista e uma assessora. Cerca de 4 km depois, no bairro do Estácio, o carro em que ela estava foi alvejado por ao menos nove tiros.

A maior parte dos disparos foi efetuada do lado direito do veículo, na parte do banco de trás, onde estava a vereadora. O motorista, Anderson Pedro Gomes, foi atingido por três tiros nas costas, e a assessora sobreviveu sem ferimentos graves.