Minuciosa e rica em detalhes a conversa entre o senador Romero Jucá e o ex-presidente da Braspetro, Sérgio Machado, a rigor em nada difere da conversa que Delcídio Amaral teve com o filho de Nestor Cerveró, operador dos esquemas de propinas para quase todos os partidos políticos.
Deixar claro: Delcídio, Jucá, Cerveró e Machado são todos marginais, responsáveis pelo desvio de dinheiro público.
Mas, é preciso ter clareza também que a conversa de Machado com Jucá foi muito mais grave. Mas, logo vieram os panos quentes em cima para abafar tudo. Como diria Batoré, um velho conhecido, “abafa o caso”.
Delcidio foi preso e cassado. O curioso é que quem encaminhou o pedido de cassação dele foi o próprio senador Jucá, que agora é flagrado nesse escândalo que escancarou o golpe político – gostem ou não gregos ou troianos.
No entanto, o mais incrível dessa história toda é aparecer o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, para dizer que não viu nada demais na conversa imoral entre Machado e Jucá.
Infelizmente, essa é uma prova real da partidarização do STF, com raríssimas exceções, diante do atual momento político vivido pelo País. Momento esse que beira à marginalidade generalizada.
É tudo muito lamentável. Principalmente o STF que deveria ser a instituição nacional acima de qualquer suspeita. Mas, o que se percebe é que um puxa para um lado, outro para outro e assim nós vamos vivendo fazendo de conta que confiamos nas nossas instituições.
O que vem por aí é só o jogo político sempre ao sabor dos interesses. É Lula, Dilma, Temer, o Aécio. Ah, como disse o Sérgio Machado: “O Aécio, rapaz… O Aécio não tem condição, a gente sabe disso. Quem que não sabe? Quem não conhece o esquema do Aécio? Eu, que participei de campanha do PSDB…”.
É isso. Confiar em quê, em quem ou nada além?
Quem sabe, nada além de uma ilusão…