29 de março de 2024Informação, independência e credibilidade
Cotidiano

Número de mulheres presas em Alagoas tem aumento de 444%

Estado alagoano registrou crescimento de 444% entre os anos de 2007 e 2014

Outro indicador com mais dados de violência. Agora relacionada ao público feminino. Alagoas foi o estado que registrou o maior crescimento da população feminina encarcerada entre os anos de 2007 e 2014, com um aumento de 444%. O dado consta no primeiro relatório nacional sobre a população penitenciária feminina do país, divulgado nesta última quinta-feira, dia 5 pelo Ministério da Justiça. No Brasil, entre os anos 2000 e 2014, esse crescimento foi de 567,4%.

Conforme a publicação, São Paulo é o estado que tem a maior população absoluta de mulheres encarceradas, o equivalente a 39% do total registrado em 2014. Em seguida, vem o Rio de Janeiro, com 11%, e em terceiro lugar, Minas Gerais, com 8,2%. Enquanto Alagoas apresentou um aumento do número de mulheres presas nesse período, os estados do Paraná e do Mato Grosso registraram uma queda nesse índice, com redução de 43% e de 29%, respectivamente.

A pesquisa traça um perfil da população feminina presa no Brasil e mostra que cerca de 50% têm de 18 a 29 anos. A maioria, duas em cada três presas, é negra. Outro ponto analisado pelo levantamento é o motivo da prisão.

“O encarceramento feminino obedece a padrões de criminalidade muito distintos, se comparados aos do público masculino. Enquanto 25% dos crimes pelos quais os homens respondem estão relacionados ao tráfico, para as mulheres essa proporção chega a 68%. Por outro lado, o número de crimes de roubo registrados para homens é três vezes maior do que para mulheres”, diz o texto.

Melhores em educação

Com relação à escolaridade, as mulheres apresentam condições melhores que a dos homens presos. Entre elas, 50% não concluíram o ensino fundamental, sendo que a taxa entre os homens é 53%. O índice de analfabetismo também é menor. “Apenas 4% das mulheres encarceradas são analfabetas, contra 5% dos homens; 11% concluíram o ensino médio, contra 7% dos homens”, acrescenta o relatório.

Em junho de 2014, em todo o país, 30% das mulheres presas não tinham condenação. Sergipe é o estado com o maior percentual (99%), seguido pela Bahia (66%). Entre os estados com menores índices estão Rondônia, com 15%, e São Paulo, com 9%.

Segundo o Infopen, a população prisional brasileira no Sistema Penitenciário em 2014 era 579.781 pessoas, levando em consideração as prisões estaduais e federais. Desse total, 37.380 são mulheres e 542.401, homens. O estudo mostra que, em números absolutos, o Brasil está em quinto lugar na lista dos 20 países com maior população prisional feminina do mundo em 2014, atrás dos Estados Unidos (205.400 detentas), da China (103.766) Rússia (53.304) e Tailândia (44.751).

Os dados 

O estudo Infopen Mulheres é baseado nos dados do último Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen) e contém dados de 1.424 unidades prisionais em todo o sistema penitenciário estadual e federal relativos ao mês de junho de 2014.