A prevalecer a “reforma política” aprovada na Comissão Especial da Câmara dos Deputados com o voto “Distritão”, em um País de maioria analfabeta, seguramente a próxima composição do parlamento brasileiro será muito pior do que a atual.
O sistema aprovado diz que não haverá partidos, nem legendas. Só candidatos e quem tiver mais votos será eleito.
Ora, todos sabem como se elege um candidato nas bandas de cá. Portanto, o resultado é que lá vão estar, pós 2018, apenas representantes dos grandes empresários e os militantes da chamada bancada BBB – Boi, Bíblia e Bala.
Será indiscutivelmente um congresso piorado, intolerante com os direitos da sociedade, mas benevolentes com as negociatas fáceis nos gabinetes, corredores e salões atapetados dos poderes do Planalto.
Imagine, portanto, que o “Distritão” vai premiar os envangélicos com o poderio eleitoral de suas igrejas, os conservadores ruralistas com o peso real dos seus latifúndios e do agronegócios, bem os tradicionais coronéis da política nacional, que matam e morrem pelo poder.
O futuro é absolutamente sombrio, independentemente de quem seja o Presidente a ser eleito. Os interesses da sociedade, as conquistas sociais e o estado de direito democrático estarão permanentemente ameaçados diante do que está por vir.
O “Distritão” vai favorecer especificamente os candidatos ricos. Esses têm condições de bancar campanhas caras para atrair o voto da massa viciada no toma lá da cá. Não adiante pensar que o Fundo aprovado na comissão vai ser o único investimento da campanha eleitoral. Ledo engano.
O histórico real do País, sobretudo em regiões mais pobres como o Nordeste, é de que eleição por aqui não se vence. Compra-se.
Quem tiver poder compra então, terá mais votos. Assim será com o Distritão.