19 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
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O inverno de Maceió e o inferno dos motoristas. Buracos ou patrimônios públicos?

A chuva tem castigado forte, mas não pode ser atribuída a ela toda a culpa da buraqueira que causa transtornos em Maceió. Pode?

Lamentar, xingar, estressar não tem adiantado muito diante da buraqueira que se multiplica nas ruas de Maceió. E com ela, as desculpas também. Certo que a chuva – apontada como a vilã da vez – tem castigado forte, fazendo estragos. Mas a situação em que se encontram alguns corredores de trânsito na capital alagoana, não é coisa desse inverno não. É coisa de falta de manutenção ou serviço mal feito.

Embora os temporais tenham agravado a situação, é, na verdade, a qualidade da pavimentação; a espessura do asfalto ou a falta de cuidado com as obras que têm causado o efeito casca de ovo nas ruas de Maceió. Em alguns locais, o buraco remendado em um dia, vira farelo de asfalto no outro. Alguma coisa não está colando bem.

O INFERNO

Quem passa com frequência nas ruas paralelas e transversais das avenidas Júlio Marques Luz e Antônio Gomes de Barros, sabe bem do que estou falando. A situação dessas ruas é caótica o ano inteiro.

Quem trafega pela a rua Eduardo dos Santos, entre a Jatiúca e os bairros de a Pajuçara e Ponta Verde, também sabe bem do que estou falando. A via inteira tem problemas de buracos o ano inteiro. E no último trecho – entre a Confraria do Rei e o cruzamento da Pedro Américo, já em direção à Ponta Verde, além das crateras, tem uma fossa estourada (ou sei lá o que), que há meses espirra água suja e espalha mau cheiro, que não vem da chuva.

Também é muito crítica a situação nas ruas Geraldo Patury e Firmino Vasconcelos, na Ponta Verde. O trecho entre a rua Campos Teixeira e a Praça Lions, virou uma peneira e um imenso transtorno para os motoristas. E não é de agora. É resultado de obras mal acabadas, de quem economiza no asfalto e acaba acumulando prejuízos – para os cofres públicos e, principalmente para os proprietários de veículos que, inevitavelmente, caem nos buracos.

O TRATAMENTO

A Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra) informou que as malhas viárias de Maceió recebem em dias de chuva (pasmem!!!) ao menos 10 caçambas de asfalto com até 15 toneladas cada uma. E de acordo com o secretário Ib Breda, estão sendo priorizadas as vias mais movimentadas, principalmente os corredores de transportes (onde? Eu não sei).

O fato é que a prefeitura não tem dado conta. Porque o ideal seria que essas caçambas de asfalto fossem aplicadas (e bem aplicada) durante o verão, reforçando a malha viária para encarar o inverno, cumprindo o princípio de que prevenir é melhor do que remediar.

ALGO ERRADO?

Além disso, há quem diga – tecnicamente falando – que há problemas básicos nos serviços de tapa-buracos feitos pela prefeitura e outros órgãos, como a Casal. O maior deles estaria na falta de impermeabilização e de requadramento da área tratada. E que o ideal é fazer o corte retangular do buraco  e aplicar uma pintura específica que permite uma adesão melhor do asfalto.

Senão, fica solto e a água leva – até sem muito esforço.