26 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Bleine Oliveira

O leilão e a enganação, ops, digo, modernização da máquina pública

A decisão judicial que ameaça leiloar os mercados do Artesanato, no bairro da Levada, e de Jaraguá, no bairro do mesmo nome, ambos em Maceió, mostra o tanto de descaso dos gestores com o patrimônio público.

Esse problema ‘explode’ agora, mas sua origem remonta ao ano 2000, quando o então governador Ronaldo Lessa decidiu extinguir secretarias e órgãos.

Na época, Lessa anunciou com estardalhaço um modelo de administração criado por um consultor cearense. Surgia, nas terras alagoanas, o ‘gênio’ do Estado moderno.

Diante do que foi proposto, Lessa extinguiu nove empresas e criou a Carhp para absorver todos os servidores dos órgãos extintos.

Embora tenha argumentado que a extinção significava redução de gastos, a proposta ‘inovadora’ do então governador não resolveu o inchaço da máquina pública.

Ou alguém é capaz de afirmar que, implantada a reforma, os serviços públicos foram modernizados, tornaram-se eficientes, capazes de atender com agilidades as necessidades da população?

Ninguém em sã consciência responde sim a esse questionamento.

O que a tal reforma trouxe foi condição para que os servidores atingidos recorressem à Justiça em busca de direitos que julgaram prejudicados.

Hoje, comerciantes dos Mercados de Jaraguá e de Artesanato correm o risco de pagar o preço da enganação, ops, digo ‘modernização’ propalada há quase duas décadas.