Como sobreviverá o Partido dos Trabalhadores após essa avalanche de denúncias de corrupção e as prisões de ícones que fizeram história na política brasileira?
Em qualquer outro segmento tudo já teria desmoronado. Mas, em se falando de política, tudo também é possível.
Porém, são remotíssimas as possibilidade de o PT se reerguer diante de tamanhas acusações, processos e condenações a serem enfrentadas pelas lideranças, que hoje atraem a ira de parte da população contra a legenda e os próprios lideres, anteriormente idolatrados na agremiação.
Se verdadeiro é tudo que está sendo dito de José Dirceu – e as evidências têm sido cada vez mais nítidas – tem-se aí o caso de alguém que jogou na lata do lixo a biografia construída a ‘long long time ago’.
Se uma grande parcela da Nação acompanha perplexa todo esse noticiário – com ‘mídia golpista’ ou não – imagine como não está o militante comum do Partido dos Trabalhadores que antes saiu às ruas na defesa da legenda, na corrida por uma perspectiva de poder e agora sente o peso da fachada desabar em cima do partido.
A poeira tóxica que se espalha do desabamento atinge todos os demais – doentes e sadios. E o pior é que essa nuvem não vai abrandar tão cedo.
Tanto é assim que a preocupação maior de quem ainda tem autoridade para falar pela legenda é preservar a presidente da República – e assim tem que ser – visto que ela não teve seu nome citado em nenhuma das investigações que estão em curso.
Em outros tempos, a militância colocava a cara na rua e seguia em frente. Hoje, tudo mudou. Como na canção, parece que estão todos ‘falando de lado e olhando pro chão’.
É a militância envergonhada!
Sobreviver a essa hecatombe é o que muita gente está tentando fazer, uma vez que a questão moral está envolta na nuvem fétida que se espalha em grande ofensiva.
Nessa hora, avanços, conquistas e realizações qualitativas dos governos petistas ficam soterrados em meio ao desastre que tomou conta do partido e de suas lideranças, por que o senso comum já formou sua opinião sobre tudo isso que está acontecendo.
Portanto, a história não passa pela reinvenção do PT, como sugeriu o Lula, mas pela tentativa de salvação do que sobrar.