Em Alagoas, como no resto do país, a manifestação que deveria comemorar o Dia do Trabalhador não passou de um ato de protesto articulado por representações sindicais e de movimentos sociais, num esforço fenomenal para conseguir mobilizar algumas centenas de pessoas. A maioria, que forma a grande massa trabalhadora, preferiu mesmo curtir o feriado com maior proveito – como dia de folga.
Afinal, comemorar o que?
O ano de 2015 não tem sido dos melhores. Da menor prefeitura do interior à esfera federal; das pequenas às grandes empresas, a propalada crise tem sido o discurso quase uníssono a justificar práticas constantes que aviltam conquistas históricas da classe trabalhadora. Cortes, reduções, precarização das relações de trabalho, medidas provisórias, terceirização…
E nesse universo de perdas, conquista virou sinônimo de manter o que já se tem.
Nada mais que isso.
MUDANÇA DE HÁBITO
Depois do constrangimento com o panelaço que ecoou durante seu pronunciamento em rede nacional de TV, no Dia Internacional da Mulher, a presidente Dilma preferiu usar as redes sociais para transmitir sua mensagem no Dia do Trabalhador. Postou três pequenos vídeos no seu perfil, no Facebook, abordando temas como democracia, terceirização e valorização do trabalhador, e deixou rolar.
Pelo menos na internet, um ‘control del’ consegue abafar o ruído das tampas de panela.
O RESGATE
Dilma Roussef anunciou a criação do Fórum de Debates sobre Políticas de Emprego, Trabalho, Renda e Previdência Social. Com participação de representações das centrais sindicais, aposentados, classe empresarial e governo. As pautas iniciais giram em torno da sustentabilidade da Previdência; fortalecimento do emprego e renda; formalização e aumento da produtividade.
Tradução? Em busca do elo perdido.
NADA A DIZER
Foi também por meio de redes sociais que o governador Renan Calheiros fez a sua saudação ao Dia do Trabalhador. Sem muito a dizer, a mensagem limitou-se a falar da importância do trabalhador na construção de dias melhores e do empenho do governo em facilitar o acesso ao trabalho, com a busca de empreendimentos para criar novos empregos.
Os servidores públicos, que se mobilizam por reajuste salarial, progressões de carreira, condições de trabalho e nomeação de reservas técnicas, ele deixou a ver navios.
Nem aí!