26 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Economia

Obras paradas depois da Lava Jato reduziu 65% do faturamento do setor de engenharia

Os contratos da União este ano R$ 1,184 bilhão, 64,7% a menos do que os R$ 3,353 bilhões pagos em 2014.

O festival de obras paradas deu o baque na economia.
O festival de obras paradas deu o baque na economia.

A crise da engenharia reduziu em 65% o faturamento em 2015. Segundo dados do Portal da Transparência, as dez empreiteiras investigadas na operação Lava Jato ou que tiveram dirigentes já condenados na Justiça por corrupção e lavagem de dinheiro receberam de contratos da União este ano R$ 1,184 bilhão, 64,7% a menos do que os R$ 3,353 bilhões pagos em 2014.

No levantamento feito pelo Globo, os repasses em 2015 à Odebrecht, que liderava o ranking no ano passado, caíram 76% – de R$ 1,13 bilhão pelas obras do projeto de desenvolvimento do submarino nuclear brasileiro (Prosub), para R$ 269,6 milhões.

A Queiroz Galvão foi a única das dez empreiteiras incluídas no levantamento que conseguiu aumentar o valor recebido, de 60% em relação a 2014, passando de R$ 250 milhões para R$ 399,6 milhões. Suas principais obras foram um trecho da Ferrovia Norte-Sul, a segunda ponte sobre o Rio Guaíba (RS) e construções relacionadas ao eixo norte da transposição do Rio São Francisco.

A presidente Dilma Rousseff assinou na semana passada uma medida provisória (MP) que permite a participação do Ministério Público em acordos de leniência firmados com empresas privadas acusadas de corrupção e dá a essas empresas o direito de continuar participando de contratos com a administração pública caso cumpram penalidades e demais condições legais.