28 de março de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Oposição ataca Dilma e quer votar o impeachment da presidente

Vice de Aécio também recebeu dinheiro do esquema, mas PSDB diz que foi legal

Lideranças da oposição na Câmara e no Senado se reúnem, nesta segunda-feira,29, para discutir que estratégia adotar em relação às revelações da delação premiada do empresário Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia. A possibilidade de um pedido de impeachment, que havia perdido força nos últimos meses, volta à pauta dos oposicionistas após a divulgação de detalhes dos depoimentos de Pessoa, apontado como chefe do “clube das empreiteiras” que atuavam em cartel na Petrobras, de acordo com as investigações.

Já a estratégia de defesa do governo deve ser traçada à noite, em encontro do ex-presidente Lula com as bancadas do PT na Câmara e no Senado. A reunião, que estava prevista para discutir a relação do partido com o Planalto, ganhou ainda mais importância com o agravamento da crise política.

Ricardo Pessoa contou aos investigadores que repassou R$ 7,5 milhões do esquema para a campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff. Entregou, ainda, uma planilha intitulada “pagamentos ao PT por caixa dois” em que relaciona repasses de R$ 3,6 milhões aos tesoureiros de Dilma nas eleições de 2010 e 2014.

Tucano – Pessoa também denunciou o senador Aloysio Nunes (PSDB), como um dos beneficiados com o dinheiro da corrupção na Petrobrás. Nunes, que foi o candidato a vice-presidente da República na chapa de Aécio Neves, recebeu R$ 500 mil do esquema. Mas, nesse caso o PSDB diz que a doação foi legal.

Parlamentares do DEM e do PPS, partidos que apoiaram as manifestações de rua contra a presidente, defendem abertamente a apresentação de um pedido de impeachment contra Dilma.

“É crime eleitoral, não tem condição nenhuma de a presidente continuar. Temos que cobrar no Senado que seja levado para a Câmara a abertura do processo de impeachment. É simplesmente o cumprimento da lei. É crime eleitoral, a resposta é o afastamento”, disse o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO).