20 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Oposição tenta esvaziar plenário para evitar votação de denúncia contra Temer

PGR denunciou Temer por obstrução de justiça e organização criminosa e também outros seis políticos do PMDB, entre eles Moreira Franco e Eliseu Padilha

Assim como na votação da primeira denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) realizada em agosto, os líderes da oposição na Câmara dos Deputados esperam evitar que o governo alcance o quórum mínimo de 342 deputados necessários para dar início a sessão plenária marcada para esta quarta-feira (25) e, desta forma, ganhar tempo para engrossar o número de parlamentares favoráveis a saída do peemedebista.

“Nem o governo nem a oposição tem 342 votos. A nossa estratégia é uma mobilização ao contrário, para que os deputados não compareçam ao Congresso”, afirmou o líder do PSB, Júlio Delgado. Segundo ele, Temer “escancarou o balcão de negócios” no fim de semana ao aproveitar decretos como o que prevê descontos de até 60% em multas ambientais.

A oposição toma como certo os 227 votos contrários que o presidente recebeu em agosto e procura convencer outros deputados a ao menos evitarem o Congresso nesta quarta. Segundo os parlamentares, há diversos nomes das bancadas do PSDB e PSD em especial dispostos a não comparecerem amanhã. “Tem deputado que não consegue mais circular em sua cidade, o desgaste político de votar com Temer é muito grande”, diz Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

“As insatisfações são crescentes e o governo está apavorado porque a cada momento perde votos. Não é vitória certa do governo, muito pelo contrário”, afirma líder da minoria, José Guimarães (PT-CE). “Vamos dialogar com cada deputado, cada parlamentar, mostrando que esse é o melhor caminho, ficar em casa, não dar presença, para que o governo mostre a sua cara. A cada dia que passa nós temos ampliado nossas forças aqui.”

Denúncia

A PGR (Procuradoria-Geral da República) denunciou Temer por obstrução de justiça e organização criminosa e também outros seis políticos do PMDB, entre eles Moreira Franco e Eliseu Padilha, mas esses apenas pelo segundo crime.

A acusação por organização criminosa sustenta que os sete integrantes do PMDB montaram um esquema de propina em órgãos públicos, como Petrobras, Furnas e Caixa Econômica. Temer é apontado na denúncia como líder da organização criminosa desde maio de 2016.

Temer, Moreira e Padilha têm negado a prática de qualquer irregularidade.