27 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
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Os ‘interesses republicanos’ de Aécio Neves no Supremo Tribunal

A tentativa de aparelhamento do senador no STF recebeu um sonoro não da ministra Carmem Lúcia

Veja só como anda o nível de promiscuidade nesses tempos ditos “republicanos”, entre autoridades do Poder Judiciário e políticos flagrados no mar de lama da corrupção nacional, como é o caso do senhor senador Aécio Neves, vestal tucano do PSDB.

Esta semana, a Polícia Federal disse ao ministro do STF, Gilmar Mendes, amigo e irmão fraterno do senador, que não havia provas nenhuma do envolvimento dele no famoso caso das propinas de Furnas. O ministro é o relator do processo que envolve o político mineiro.

Pois bem. Eis que ele todo satisfeito com a generosidade do Departamento da Polícia Federal, sob nova orientação no governo Temer, tratou logo de requerer a Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carmem Lúcia, que transferisse para o ministro Gilmar, um outro processo em que ele, o “nobríssimo” Aécio, ex-candidato a Presidente da República, é acusado de corrupção.

Isso tudo na maior cara de pau. Esse é o homem que quase foi endeusado como candidato a Presidente e que inconformado com a derrota financiou “movimentos” nas ruas, como o MBL, na busca pelo “terceiro turno eleitoral”, que acabou culminando com a queda da Presidente Dilma Rousseff. A história todos conhecem.

Mas, nesse caso específico de transferir o novo processo para Gilmar Mendes relatar, sua excelência o senador seu deu mal por que a ministra presidente do STF disse não. De jeito nenhum.

Chegou à conclusão da tentativa de aparelhamento do Supremo pelo senador, que é também réu em um processo onde é acusado de pedir propina de R$ 2 milhões a empresa JBS, de Joesley Batista.

O processo que ele gostaria que o ministro Gilmar também assumisse se refere a delações premiadas da Odebrecht, onde delatores afirmam que Aécio Neves teria recebido propina para defender os interesses da empresa no chamado “Projeto Madeira”, de construção das usinas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, no Pará.

Assim anda a República de nossos dias e seus “interesses republicanos”.

Valho-nos Deus!