18 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Maceió

Ostentação: Operação da polícia gera pânico em restaurante, na Jatiúca

Abordagem era apenas para multar carros irregulares e foi considerada exagerada.

IMG-20150913-WA0037 IMG-20150913-WA0047A abordagem espalhafatosa da polícia durante uma operação na Jatiúca causou pânico entre frequentadores de um restaurante na Rua José Cabral Acioli, na noite deste domingo. Eles assistiam a uma apresentação artística de samba e chorinho quando diversas viaturas pararam no local, fecharam a rua e delas desceram cerca de 20 policiais, a maioria com pistolas e metralhadoras nas mãos e usando balaclava (espécie de toca do tipo ninja, que cobre o rosto e a cabeça, deixando apenas os olhos e a boa de fora), causando correria.

De acordo com testemunhas, eram oito viaturas das polícias Civil e Militar, entre elas algumas do Batalhão de Polícia de Trânsito. Eles pararam fechando a rua, e todos pensaram que se tratava de caça a algum bandido perigoso, o que levou algumas pessoas a correrem e buscarem proteção, temendo tiroteio no local. Mas só depois perceberam que o alvo de tão grande operação eram apenas os veículos que estavam estacionados de maneira irregular.

“Desnecessário todo esse espetáculo. Se os carros estavam irregulares, era parar e multar, corretíssimo. Mas não precisava toda essa parafernália, com tanto policial e tanta arma exposta. Foi uma verdadeira operação de guerra que deixou muita gente em pânico. Foi um momento de grande tensão”, disse uma frequentadora do restaurante, que preferiu não se identificar.

IMG-20150913-WA0043Segundo ela, a operação demorou cerca de meia hora, causando também enorme transtorno no trânsito, já que a rua José Cabral Acioli – importante corredor de acesso entre a Deputado José Lages e a Avenida Jatiúca – ficou praticamente fechada durante a maior parte do tempo em que os policiais permaneceram no local. Não houve abordagens pessoais e ninguém foi preso. Apenas os veículos estacionados irregularmente foram multados.

Mas na saída das viaturas, algumas pessoas se manifestaram batendo palmas e vaiando os policiais, o que fez com que o comandante da operação voltasse e ameaçasse prender os manifestantes, por desacato.