19 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Cotidiano

Pacientes com glaucoma podem ficar sem tratamento nos hospitais conveniados

Secretaria de Saúde quer assumir o tratamento de 26 mil pacientes no Estado de Alagoas. Prestadores de serviços alertam para a precarização do atendimento.

Rede conveniada questiona precarização dos serviços.
Rede conveniada questiona precarização dos serviços.

Terça-feira, 26 de maio, Dia Nacional de Combate ao Glaucoma. Cerca de 26,6 mil alagoanos recebem trimestralmente consultas, exames e tratamentos nos serviços conveniados pelo Sistema Único de Saúde. No entanto, esses números devem cair radicalmente a partir do segundo semestre, uma vez que a Secretaria de Saúde Estadual quer assumir na rede pública a partir de primeiro de julho.

Segundo os prestadores de serviços desse setor da medicina, o problema é que o Estado não consegue nem distribuir medicamentos para os pacientes que ele já possui. O quadro mostra que em Alagoas o Estado trata de 17 mil pacientes precariamente e mesmo com a farmácia especializada não consegue atender os diabéticos, nem os pacientes com mal de Parkinson.

Ao se propor a assumir mais 26 mil pessoas portadoras do glaucoma, oriundas do SUS, o Estado, na visão dos prestadores de serviços, tende a precarizar ainda mais o atendimento na área de oftalmologia. Esses pacientes são atendidos na rede privada exatamente por que os hospitais públicos não dispõe de estrutura, nem para atender 10% dessa demanda.

De acordo com as informações, o componente tratamento é quem subsidia a logística – call center, transporte para pacientes, etc.  – além de subsidiar  exames e consultas médicas especializadas, pagas pelo sistema a R$ 10,00. Em uma reunião entre os prestadores de serviços e técnicos do governoRenan Filho (PMDB) esses números vieram à tona e todos chegaram à conclusão que sem contrapartida de Estado ou municípios a conta não fechará e por isso mesmo os serviços não serão realizados. Prejuízo para quem? Para o usuário que depende do tratamento.

Foi destacado na oportunidade que os procedimentos médicos no valor CBHPM – Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos – vão gerar um custo mais para Estado e municípios na ordem de R$ 17 milhões ao ano, só para fazer exames e consultas. Por isso mesmo, em Brasília, 17 estados brasileiros lutam para manter o sistema atual, enquanto o governo de Alagoas segue na linha contrária ao processo.

Glaucoma – O glaucoma é a principal causa da cegueira irreversível no mundo. Seu principal tratamento é clínico com o uso de colírios que baixam a pressão intra ocular. A descontinuidade do tratamento leva a cegueira. Hoje no Brasil  mais de 400 mil pacientes são tratados pelo SUS.

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