O ex-ministro dos governos petistas Antonio Palocci ofereceu sua desfiliação do PT em carta enviada ao Diretório Nacional do partido e à presidente nacional da legenda, senadora Gleisi Hoffmann (PR), depois de ter sido duramente criticado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a quem acusou de fazer um “pacto de sangue” com a Odebrecht.
“Até quando vamos fingir acreditar na autoproclamação do ‘homem mais honesto do país’, enquanto os presentes, os sítios, os apartamentos e até o prédio do Instituto (!!) são atribuídos a Dona Marisa?”, questiona Palocci na carta.
“Afinal, somos um partido político sob a liderança de pessoas de carne e osso ou somos uma seita guiada por uma pretensa divindade? Chegou a hora da verdade para nós. De minha parte, já virei essa página. Ao chegar ao porto onde decidi chegar, queimei meus navios. Não há volta.”
A desfiliação de Palocci, que estava no partido desde 1981, é o ponto máximo de um processo de afastamento entre o político e o partido, que começou com a negociação de um acordo de delação premiada de Palocci na Operação Lava Jato.
Leia aqui a íntegra do conteúdo da carta de Palocci.
Hoffman
Em nota, a presidente do partido diz que “política e moralmente, Palocci já está fora do PT”.
“A carta divulgada hoje… é a mensagem de um condenado que desistiu de se defender e quer fechar negócio com o MPF, oferecendo mentiras em troca de benefícios penais e financeiros”, diz a senadora Gleisi Hoffmann.
“Palocci decidiu ‘queimar seus navios’, romper com sua própria história e renegar as causas que defendeu no passado. A forma desrespeitosa e caluniosa como se refere ao ex-presidente Lula demonstra sua fraqueza de caráter e o desespero de agradar seus inquisidores”, acrescentou Gleisi.
Petrobras
O ex-presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, contesta, em nota, a carta do ex-ministro Antonio Palocci ao PT: “Nunca tive qualquer reunião com o Presidente Lula e Presidenta Dilma para discutir atos de corrupção relativas as sondas para o Pre Sal brasileiro”.