25 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Palocci não incrimina Lula e Lava Jato dispensa a delação premiada

Palocci está preso depois de condenado a 12 anos de prisão

O grupo de trabalho da Lava-Jato na Procuradoria-Geral da República está insatisfeito com o material da delação premiada do ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci. A PGR está prestes a descartar a delação do ex-ministro petista por uma única razão: Palocci não incriminou o ex-presidente, Luis Inácio Lula da Silva.

Palocci: dispensa da delação

Palocci foi preso em setembro do ano passado, durante 35ª fase da Lava-Jato, batizada de “Omertá” – uma referência a origem do codinome “italiano”, pelo qual o ex-ministro era chamado por executivos da Odebrecht. Ele foi acusado de receber milhões de reais em propina da empreiteira.

Em maio deste ano, o ex-ministro trocou de advogado e começou a negociar a delação. A expectativa era de que, além de políticos de primeiro escalão, ele revelasse esquemas de corrupção envolvendo o mercado financeiro. O temor sobre essa delação levou bancos e gestoras de recursos a consultarem previamente a Lava-Jato sobre a possibilidade de fechar acordos de leniência.

No dia 26 de junho, oito meses após sua prisão, Palocci foi condenado pelo juiz federal Sérgio Moro a 12 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro.

Ao dar a setença, Moro afirmou que a proposta de delação do ex-ministro soou mais como “ameaça” a antigos aliados do que como uma intenção verdadeira de celebrar um acordo.