19 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Bleine Oliveira

Paris e a educação superior no Brasil!

Condeno toda forma de violência e, neste sentido me solidarizo com todos os povos do mundo. Inclusive os franceses!

Mas, vamos combinar, o tempo que as TVs brasileiras, especialmente a Rede Globo, tem dedicado aos atentados em Paris, tá chegando ao exagero!

Nossa atenção deve estar voltada para problemas mais próximos. Eis um deles.

Os cortes no orçamento do Ministério da Educação (MEC), superiores a R$ 11 bilhões, repercutem diretamente no custeio e nos investimentos em todas as universidades federais.

Manter a regularidade das atividades acadêmicas tem sido um problema para todas elas, cuja saída é reduzir as despesas de custeio, redimensionar serviços terceirizados, gastos com transportes e diárias.

A nossa Ufal começou 2015 com um déficit de R$ 20 milhões, referente ao ano anterior. Somado ao déficit, a gestão teve que trabalhar com R$ 30 milhões a menos no Orçamento 2015.

Muitas universidades federais adiaram obras em curso, mesmo as consideradas urgentes.

A Ufal tem 80 obras em andamento. Como só dispunha de R$ 7 milhões, a gestão priorizou algumas, como a Faculdade de Medicina de Arapiraca, prédios para a Medicina do Campus A.C. Simões, em Maceió, blocos dos cursos de Comunicação Social e Biblioteconomia, restaurantes do Sertão e de Arapiraca e Hospital Veterinário de Viçosa.

De quanto será que a Ufal precisa para fechar as contas deste ano, fazendo a transição para 2016 sem crises?

Vale lembrar que o déficit pode crescer, considerando que o período acadêmico só será concluído em março, em consequência da greve que durou quatro meses (de 28 de maio até 5 de outubro).

A preocupação com o próximo ano é grande.

Que tal uma campanha, envolvendo todos nós, inclusive com mudança no perfil nas redes sociais, para assegurar a continuidade do ensino público superior em 2016, 2017, 2018, 2019…