Depois de que Michel Temer foi obrigado a demitir quatro vices presidentes da Caixa Econômica Federal, todos acusados de corrupção, os partidos políticos que haviam indicado os vices agora querem uma compensação do governo. E não é qualquer coisa não.
Trata-se de R$ 15 bilhões do Fundo de Garantia do Trabalhador por Tempo de Serviço (FGTS), para que os atores políticos desses partidos possam anunciar a concessão de crédito em ano eleitoral.
A operação já sofria resistência da Fazenda, mas a crise de gestão se agravou com os desdobramentos da investigação que acusa os executivos de banco de suspeita de corrupção. Na terça-feira, o presidente Michel Temer se viu obrigado a afastar os vice-presidentes, seguindo recomendação do Ministério Público Federal e do Banco Central.
Apesar da pressão política, o entendimento é que ficará muito difícil para o governo sustentar uma capitalização bilionária com dinheiro dos trabalhadores em meio à polêmica envolvendo o comando do banco.
Segundo as informações, no Conselho Curador do FGTS, o presidente da Caixa, Gilberto Ochhi, indicado pelo senador Lira, além da ex-vice presidente Deusdina Pereira, já haviam manifestado a intenção de votar a favor da liberação do crédito de R$ 15 bilhões neste ano de eleições, conforme havia sido aprovado pelo Congresso Nacional no final do ano passado.
Só que agora, depois da demissão dos vices e do escândalo que ronda o setor, o Ministério Público Federal mandou avisar que está de olho em toda e qualquer operação que a Caixa que fizer.
Afinal, neste caso, são R$ 15 bilhões.