26 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
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Partidos pressionam Planalto por R$ 15 bilhões da Caixa

O dinheiro do FGTS seria uma compensação pela demissão dos vices presidentes acusados de corrupção

Depois de que Michel Temer foi obrigado a demitir quatro vices presidentes da Caixa Econômica Federal, todos acusados de corrupção, os partidos políticos que haviam indicado os vices agora querem uma compensação do governo. E não é qualquer coisa não.

Trata-se de R$ 15 bilhões do Fundo de Garantia do Trabalhador por Tempo de Serviço (FGTS), para que os atores políticos desses partidos possam anunciar a concessão de crédito em ano eleitoral.

A equipe econômica do governo já se manifestou contra a operação política com o dinheiro do FTGS. Mas, Michel Temer vive no tempo imediato do “toma lá da cá”, para poder “governar”.
Assim, o Planalto já começou a sentir a pressão dos partidos que controlavam os vices presidentes da Caixa, os quais só foram afastados por determinação do Ministério Público Federal.
Só para esclarecer: os vices presidentes eram indicados pelo PP, do senador Benedito de Lyra, pelo PMDB, do senador Renan Calheiros e do Ministro Marx Beltrão, e pelo PR, do Ministro dos Transportes, Maurício Quintella.

A operação já sofria resistência da Fazenda, mas a crise de gestão se agravou com os desdobramentos da investigação que acusa os executivos de banco de suspeita de corrupção. Na terça-feira, o presidente Michel Temer se viu obrigado a afastar os vice-presidentes, seguindo recomendação do Ministério Público Federal e do Banco Central.

Apesar da pressão política, o entendimento é que ficará muito difícil para o governo sustentar uma capitalização bilionária com dinheiro dos trabalhadores em meio à polêmica envolvendo o comando do banco.

Segundo as informações, no Conselho Curador do FGTS, o presidente da Caixa, Gilberto Ochhi, indicado pelo senador Lira, além da ex-vice presidente Deusdina Pereira, já haviam manifestado a intenção de votar a favor da liberação do crédito de R$ 15 bilhões neste ano de eleições, conforme havia sido aprovado pelo Congresso Nacional no final do ano passado.

Só que agora, depois da demissão dos vices e do escândalo que ronda o setor, o Ministério Público Federal mandou avisar que está de olho em toda e qualquer operação que a Caixa que fizer.

Afinal, neste caso, são R$ 15 bilhões.