26 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Paulão diz que Temer não sabe o que faz no cargo ‘ilegítimo’ que exerce

Deputado diz que o presidente interino havia nomeado um “general Custer” para a Funai

Depois de nomear o general Sebastião Roberto Peternelli para a presidência da Funai, o presidente interino Michel Temer voltou atrás e agora anda à procura de um nome que possua “histórico de diálogo” com as comunidades indígenas. Ele descartou o general da reserva devido a ampla repercussão negativa na imprensa nacional.

Segundo o deputado federal Paulão (PT), Temer já se notabilizou como gestor das trapalhadas. Para a Funai, de acordo o deputado, Temer havia nomeado uma espécie de general Custer (George Armstrong Custer) – oficial americano que ficou conhecido no mundo inteiro por ter dizimado a maior comunidade indigena dos Estados Unidos em 1876.

Paulão: Temer não sabe o que faz.
Paulão: Temer não sabe o que faz.

O general da reserva Sebastião Roberto Peternelli, que foi indicado pelo PSC para a Funai, é um apoiador do golpe militar de 1964 e a nomeação dele, além de ter sido condenada nos meios de comunicação, teve também a repulsa das comunidades indigenas. Ainda segundo Paulão, essa mania de nomear e recuar de Michel Temer é típico de um perdido, que não sabe o que faz no cargo que ocupa.

Na tarde desta quarta-feira, no Palácio do Planalto, seis representantes das etnias Tumbalala, Tupinamba e Pataxó, da Bahia, fizeram um protesto contra a nomeação do general.

De acordo com o cacique Aruã-Pataxó, o governo assumiu o compromisso de não nomear um militar para o cargo. “A gente passou tempos de horrores na ditadura militar, quando vários indígenas foram assassinados”, lembrou. Segundo ele, os ministros também se comprometeram a não cortar cerca de 100 cargos na Funai que estavam ameaçados, e a demarcar as terras indígenas de Barra Velha, Tupinambá de Olivença e Tumbalalá.

Segundo o cacique Pataxó, as comunidades vêm “sofrendo na pele” a falta de decisão política referente às questões indígenas. “A gente espera que haja um diálogo franco com o novo governo para resolver os problemas, e não enrolar a gente mais uma vez”, disse o indígena a jornalistas, após o encontro.