Havia um hidrante em condições de funcionamento, próximo ao local do incêndio de grande proporção, que atingiu cinco lojas no Centro de Maceió, na noite desta sexta-feira.
Que sorte!
Isso foi fundamental para o trabalho do Corpo de Bombeiros no combate às chamas – que mesmo assim durou cerca de 12 horas. Foi fundamental para evitar que o fogo se alastrasse numa dimensão incalculável, devastando mais lojas, transformando em cinzas mais patrimônios e, o que é mais grave, ameaçando vidas.
E se não tivesse o hidrante? Ontem mesmo, ao finalizarmos uma reportagem sobre a sequência de incêndios no Centro de Maceió, para a Gazeta de Alagoas (edição deste domingo), colocamos a preocupação de comerciantes e integrantes do Corpo de Bombeiros com a situação dos hidrantes do Centro, que não é novidade – já foi pauta de diversas reportagens, algumas delas no início deste ano.
A situação continua a mesma. Dos nove hidrantes instalados na região, apenas quatro funcionam. E que bom que exatamente um destes fica próximo às lojas incendiadas! De acordo com o mapa de localização dos hidrantes, estão ativos o que está instalado por trás da Santa Casa; um na Praça Deodoro; um em frente ao edifício Breda; e um na Rua do Comércio (que foi utilizado no combate ao incêndio de ontem).
Estão inativos os localizados na calçada do Museu Téo Brandão (Avenida da Paz); na esquina do Beco São José (onde há poucos meses um cartório pegou fogo); dois próximos ao Palácio do Governo (na Avenida Francisco Menezes e na Rua Cincinato Pinto); e um em frente à estação central da CBTU.
De quem é a responsabilidade? Do Corpo de Bombeiros? Eles dizem que não, e apontam para a Casal. E ela, o que tem a dizer?
Seria coerente que todos assumissem essa responsabilidade: aqueles a quem cabe executar o funcionamento e aqueles a quem cabe cobrar e fiscalizar. Mais do que salvar patrimônios construídos com muito trabalho; mais do que salvar empregos; ter um hidrante funcionando numa ocasião como esta pode ser o fator decisivo entre salvar vidas ou amargar uma tragédia.
Estado e Município precisam discutir e agir nessa questão, com a máxima urgência. O funcionamento dos hidrantes, no Centro ou em qualquer lugar onde estejam instalados, tem que ser tratado como prioridade – como uma questão de vida e morte.
Em situações como essa, não dá para continuar apostando na sorte.