29 de março de 2024Informação, independência e credibilidade
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Perigo: Os incêndios no Centro e os hidrantes que não funcionam

Dos nove hidrantes instalados na região, apenas quatro funcionam. E que bom que exatamente um destes fica próximo às lojas incendiadas!

Havia um hidrante em condições de funcionamento, próximo ao local do incêndio de grande proporção, que atingiu cinco lojas no Centro de Maceió, na noite desta sexta-feira.

Que sorte!

combate a incêndioIsso foi fundamental para o trabalho do Corpo de Bombeiros no combate às chamas – que mesmo assim durou cerca de 12 horas. Foi fundamental para evitar que o fogo se alastrasse numa dimensão incalculável, devastando mais lojas, transformando em cinzas mais patrimônios e, o que é mais grave, ameaçando vidas.

E se não tivesse o hidrante? Ontem mesmo, ao finalizarmos uma reportagem sobre a sequência de incêndios no Centro de Maceió, para a Gazeta de Alagoas (edição deste domingo), colocamos a preocupação de comerciantes e integrantes do Corpo de Bombeiros com a situação dos hidrantes do Centro, que não é novidade – já foi pauta de diversas reportagens, algumas delas no início deste ano.

A situação continua a mesma. Dos nove hidrantes instalados na região, apenas quatro funcionam. E que bom que exatamente um destes fica próximo às lojas incendiadas! De acordo com o mapa de localização dos hidrantes, estão ativos o que está instalado por trás da Santa Casa; um na Praça Deodoro; um em frente ao edifício Breda; e um na Rua do Comércio (que foi utilizado no combate ao incêndio de ontem).

HidranteEstão inativos os localizados na calçada do Museu Téo Brandão (Avenida da Paz); na esquina do Beco São José (onde há poucos meses um cartório pegou fogo); dois próximos ao Palácio do Governo (na Avenida Francisco Menezes e na Rua Cincinato Pinto); e um em frente à estação central da CBTU.

De quem é a responsabilidade? Do Corpo de Bombeiros? Eles dizem que não, e apontam para a Casal. E ela, o que tem a dizer?

Seria coerente que todos assumissem essa responsabilidade: aqueles a quem cabe executar o funcionamento e aqueles a quem cabe cobrar e fiscalizar. Mais do que salvar patrimônios construídos com muito trabalho; mais do que salvar empregos; ter um hidrante funcionando numa ocasião como esta pode ser o fator decisivo entre salvar vidas ou amargar uma tragédia.

Estado e Município precisam discutir e agir nessa questão, com a máxima urgência. O funcionamento dos hidrantes, no Centro ou em qualquer lugar onde estejam instalados, tem que ser tratado como prioridade – como uma questão de vida e morte.

Em situações como essa, não dá para continuar apostando na sorte.