8 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

PF prende, mãe e avó deputado presidente da CPI da Petrobrás

Aliado de Eduardo Cunha, o deputado foi um dos que pronunciou o voto contra a corrupção no impeachment na Câmara

A Polícia Federal na Paraíba prendeu preventivamente nesta sexta-feira (9) a mãe do deputado federal Hugo Motta (PMDB), Illana Motta (PMDB), e mandou afastar do cargo de prefeita de Patos, no sertão do Estado, a avó do deputado, Francisca Motta.

Hugo Mota: votou contra a corrupção e agora a mãe é presa como corrupta
Hugo Mota: votou contra a corrupção e agora a mãe e avó são  presas como corruptas

A ação contra a família do ex-presidente da CPI da Petrobras e um dos principais aliados de Eduardo Cunha (PMDB) é parte da Operação Veiculação. As fraudes envolvem mais de R$ 11 milhões em recursos aplicados em ações dos Programas de Transporte Escolar (PNATE), Fundeb, Pró-Jovem Trabalhador e Bloco de Média e Alta Complexidade (Saúde).

Iniciada pelo Ministério Público Federal, em 2015, a investigação que deu origem à prisão da mãe do deputado apura irregularidades em licitações e contratos públicos, em especial o direcionamento de procedimentos licitatórios e superfaturamento de contratos de serviços de locação de veículos.

Illana é chefe de gabinete da prefeita afastada. Os alvos da investigação são contratos assinados pelas prefeituras municipais de Patos, Emas e São José de Espinharas, todas no sertão da Paraíba.

Francisca Mota com o neto: DNA politico
Francisca Mota com o neto: DNA politico

Os prefeitos dos três municípios foram afastados de forma cautelar dos cargos e dois deles foram presos temporariamente. As câmaras municipais serão oficiadas da decisão, para dar posse aos substitutos legais.

Ao todo, a força-tarefa composta por MPF (Ministério Público Federal), Polícia Federal e CGU (Controladoria-Geral da União) está cumprindo 8 mandados de busca e apreensão, cinco de prisão e afastamento de funções públicas de sete envolvidos, sendo quatro secretários municipais, além dos três prefeitos. Todos os mandados foram expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5).

As investigações da Operação Veiculação foram iniciadas pelo Ministério Público Federal no ano de 2015, a partir de informações da CGU, que em 2012 realizou fiscalizações, detectando contratação irregular de serviços de locação de veículos no Município de Patos, sendo indicado pelo relatório da Controladoria uma possível fraude licitatória e o não cumprimento do objeto pactuado, com consequente desvio de verba pública.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Prefeitura de Patos e o gabinete do deputado Hugo Motta, que ainda não se pronunciaram sobre o assunto.