26 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Psol pede impeachment de Temer; Bicudo diz que já devia ter ocorrido

Para Hélio Bicudo, Temer põe interesses privados na frente de interesses públicos. “Ele é um presidente decorativo”, diz.

Diante da iniciativa do Psol de pedir o impeachment do presidente Michel Temer, protocolando ação na Mesa da Câmara nesta tarde de segunda-feira, 28, o jurista e ex-deputado federal Helio Bicudo – um dos responsáveis pelo pedido do impeachment de Dilma Rousseff da Presidência da República – afirmou em entrevista à Época que o impeachment do presidente Michel Temer já deveria ter acontecido.

Temer: decorativo, segundo Bicudo.
Temer: decorativo, segundo Bicudo.

Para Bicudo, Temer põe interesses privados na frente de interesses públicos. “Ele foi um vice decorativo e, agora, é um presidente decorativo. Não faz falta”, diz à revista.

Durante o processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff, Bicudo destacava: “A presidente já não governa mais. Quem está governando são os acólitos (ajudantes, acompanhantes) que estão do lado dela”.

Bicudo reforçava: “Dilma não tem apenas culpa no que aconteceu. Ela atuou diretamente para que aquilo acontecesse. Na campanha pela reeleição ela disse que faria isso e aquilo e fez exatamente o contrário.”

Na entrevista à Época, o jurista afirma que Temer jamais deveria ter indicado Geddel Vieira Lima  para a Secretaria de Governo. Além disso, afirma Bicudo, a responsabilidade pelo que acontece no país deve ser associada a Temer, neste momento, e não aos ex-presidentes Lula e Dilma. “Está faltando condições a ele [Temer] de estabelecer o caminho para a saída da crise econômica e social.”

Bicudo vai além ao falar de Temer:

“Ele [Temer] é inábil. O que está acontecendo hoje no Brasil não é culpa da Dilma, do Lula. A culpa é dele. O governo está desmoralizado diante da população. E governo desmoralizado não governa. Foi o que aconteceu com Dilma. Seu governo [Temer] ficou inviável porque ficou desmoralizado”, destaca Bicudo.

O jurista destaca: “Eu conheci o Geddel quando fui deputado, e ele nunca foi, eu diria, recomendável. Menos ainda para ocupar um cargo tão importante, tão próximo do presidente. Temer o conhecia. Não poderia colocá-lo como ministro da Secretaria de Governo.”