26 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Quebra de sigilo: o efeito contrário da ‘munhecada no espinhaço’ dos senadores

 

Collor e Renan têm sigilos quebrados.
Collor e Renan têm sigilos quebrados.

Brasil – O senador Fernando Collor de Mello (PTB) está sentindo na pele o efeito contrário da “munhecada no espinhaço”. A decisão da Policia Federal de pedir ao Supremo Tribunal Federal a quebra dos sigilos bancários e fiscal do senador alagoano gerou uma inquietação foram do comum no gabinete “collorido”.

A solicitação da Federal ao STF atinge também o senador Renan Calheiros (PMDB), que é presidente do Senado. Os dois senadores estão sendo investigados na Operação Lava Jato, comandada pelo juiz paranaense Sérgio Moro e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Os inquéritos contra eles foram abertos em 6 de março, a partir da delação premiada do doleiro Alberto Youssef na Lava jato. Contra Collor foram exibidos depósitos bancários (oito depósitos em espécie: R$ 1.500, R$ 9 mil, R$ 1.500, R$ 9 mil, R$ 8 mil, R$ 9 mil, R$ 8 mil e R$ 4 mil) feitos pelo doleiro em favor do senador. Contra o presidente do Senado, até agora, há apenas a denúncia de que teria sido favorecido dentro do esquema da Petrobrás, mas o senador nega a acusação peremptoriamente.

O caso mais grave, no entanto, parece ser o senador Collor, que é acusado também de ter recebido em torno de R$ 3 milhões por negócio firmado com uma subsidiária da Petrobras. Devido a essa informação, o senador ajuizou quatro representações contra Janot, por crime de responsabilidade, com pedido de impeachment do procurador. Nas representações, Collor acusa Janot de selecionar “como bem entende” os políticos a serem investigados, de abuso de poder, autopromoção e desperdício de dinheiro público.

Caberá ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, dizer se acata ou não a solicitação feita pela PF.