20 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Fátima Almeida

Quem vai pagar a conta dos empréstimos de Rui?

Até que não foi difícil para o prefeito Rui Palmeira convencer a Câmara Municipal de Maceió sobre a necessidade de contrair uma dívida de U$ 133 milhões em empréstimos internacionais, e mais R$ 36 milhões junto ao BNDES. Por maiores que fossem os valores, essa não seria das piores tarefas, quando se tem uma bancada de sustentação composta de 17 dos 21 vereadores, pronta pra dizer “sim, senhor”.  Portanto, as mensagens devem ser aprovadas.

O mais difícil vem depois. Mesmo com autorização da Câmara, Rui e sua equipe financeira terão que cumprir maratona em Brasília, para convencer o Senado e a Secretaria do Tesouro Nacional a autorizar os empréstimos junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Corporação Andina de Fomento (CAF). E ele sabe que não será nada fácil, mas diz que o mais difícil é ficar sem dinheiro para manter qualquer suporte de custo de novas obras.

E vai à luta. Levará consigo uma carta de projetos que inclui obras de requalificação da orla lagunar, obras viárias, de saneamento e de habitação. Junto com a papelada, levará também os números que comprovam a capacidade de endividamento do município.

O grande problema, é que não é ele, Rui Palmeira, quem vai pagar essa conta.  Os empréstimos internacionais pretendidos têm carência de 4 a 5 anos para começarem a ser pagos – ou seja, a conta só vai chegar a partir de 2020.

O mandato de Rui termina no próximo ano. E mesmo que consiga se reeleger por mais quatro anos, a fatura vai ficar pra quem o suceder.

Assim é fácil, né?

 

2 Comments

  • Avatar José Gonçalves

    É bom que se saiba que empréstimos internacionais precisam do aval da União e tem que ser aprovado pelo congresso nacional cujo presidente é Renan, a quem cabe pautar o assunto no Senado.
    Quando o Rui diz que os recursos estão garantidos, já combinou com Renan? Essa autorização vai sair antes das eleições? Essa estória de “recursos garantidos”, ainda mais nesse ambiente de crise, parece devaneio ou enganação do Rui.

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