A corrupção foi o mote dos “indignados” que foram às ruas para derrubar o governo da petista Dilma. As lideranças que estavam à frente dos movimentos acabaram recebendo cargos no governo Temer e na Prefeitura de São Paulo, graças aos acordos estabelecidos.
Hoje, os acordos são amplos, gerais e irrestritos. O mote da corrupção caiu por terra e a indignação dos indignados de ocasião ficou plenamente desmoralizada. No fundo, o que todos querem é o poder. Nunca é demais repetir.
Que o diga então o relator da segunda denúncia contra o espertalhão Michel Temer, hoje na função de Presidente da República, depois de articular todos os “movimentos” para derrocada de quem estava no poder pelo voto popular.
O nome dele é Bonifácio de Andrada, deputado federal do PSDB de Minas Gerais, que foi escolhido a dedo pelo governo para ser o relator do processo em que Temer é acusado de chefiar uma organização criminosa e ainda de obstrução de justiça.
O tucano Andrada compõe a estatística de 3% da população que apoiam Michel Temer. Portanto, sua escolha para ser o relator da denúncia contra o presidente não foi à toa. Ou seja, o resultado a sair daí é mais do que previsível.
E para isso há também uma razão deveras considerável. Bonifácio de Andrada tem uma dívida de R$ 30 milhões com a União, relativa à União das Faculdades Integradas de Tocantins (Unifat), da qual foi presidente. O Ministério da Fazenda agora faz a cobrança da dívida.
Ser o relator do processo que poderia gerar o início da cassação do Presidente da República foi um achado para Bonifácio. Melhor ainda para o governo que poderá ter seu processo arquivado logo na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.
São os negócios do poder, com o devido aval de todos os indignados de ontem.
Afinal, o que são R$ 30 milhões? Corrupçãozinha besta…