O inquérito que apura relatos de delatores da Odebrecht de que os ministros Moreira Franco (Secretaria de Governo) e Eliseu Padilha (Casa Civil) atuaram na arrecadação de recursos de caixa dois para o MDB e intermediaram interesses do grupo na Secretaria de Aviação Civil deve sair das mãos de Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF.
Por decisão do próprio ministro, que pediu para o processo será redistribuído. Ele entendeu que os fatos não têm vínculo com a operação que está sob sua batuta.
A decisão de Fachin, publicada na última quinta (1º), atendeu a um pedido da defesa do ex-deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ), que também é citado na ação.
Os advogados de Eliseu Padilha fizeram a mesma solicitação em junho do ano passado. Na ocasião, Fachin negou. Desta vez, o ministro disse que, “melhor confrontando o objeto da petição”, entendeu que a alegação de ausência de vínculo entre as acusações e a Lava Jato era correta.
Fachin encaminhou o caso à presidência do Supremo. Ele pediu que um novo relator seja sorteado. Se a ministra Cármen Lúcia acatar, em consequência, réus que eventualmente sejam baixados à primeira instância estarão fora das mãos do juiz Sergio Moro.