A Reforma da Previdência proposta por Temer está nas mãos do PMDB. Tanto está que aqui, na terra alagoana, o governador Renan Filho, peemedebista nato, já havia declarado a sua insatisfação com pontos da reforma que ele considera injustos. E ainda acrescentou que cada governo que assume vem com uma ideia de “reformar o sistema previdenciário”.
Esse sentimento do governador alagoano é o mesmo da maioria da bancada do partido que não aceita a reforma proposta.
Na última terça-feira, 7, a bancada do partido fez uma reunião à noite, onde o circo pegou fogo. A insatisfação generalizada foi a tônica do encontro, quando os lideres partidários acusaram o presidente Michel Temer de entregar o governo ao PSDB.
Foram mais além, quando afirmaram que Temer cedeu as ameaças do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) que, mesmo preso, continua nomeando aliados, como os líderes do governo no Congresso, André Moura (PSC-SE), e na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). E como se não bastasse, Temer ainda nomeou Osmar Serraglio, Ministro da Justiça. Para os líderes peemedebistas, o governo deixou de ser do partido para se transformar em uma gestão tucana comandada pelo senador Aécio Neves, que dita as normas para o presidente peemedebista.
Previdência – Foi assim que no encontro da terça-feira, os senadores do PMDB discutiram um possível recado a ser dado ao próprio Temer. E tudo estaria ligado ao projeto da Reforma da Previdência. A ideia é alterar o texto a ser aprovado na Câmara, com o aviso de que não aceitam receber prato feito da equipe econômica de Henrique Meireles, o Ministro da Fazenda.
A visão geral do senadores, a partir do líder do partido. Renan Calheiros, é que o governo tem o direito de propor o que quiser, mas sem o ministro da Fazenda decidir como deve ser o voto de cada um da bancada. Ou seja, Temer será empurrado contra a parede.
Os senadores prometem mexer no texto e alterar tudo o que for possível. Isso quer dizer que, no mínimo, o presidente da República terá que negociar com a bancada do Senado. E desta forma pode ser o projeto não ganhe a celeridade que o governo tanto quer.
Nesse aspecto da reforma, o senador Renan Calheiros já deixou claro a sua posição de que ela é demasiadamente “exagerada”. No caso aqui, apenas para ser redundante.
Significa o seguinte: Temer quer a reforma já, mas seu partido pode colocar um freio nela.