Enfim, as autoridades dos três poderes buscam o entendimento para os desmandos que afrontaram o estado de direito democrático no País.
Nesta sexta-feira, 28, os representantes dos três poderes decidiram reunir-se no Palácio do Itamaraty discussão do Plano Nacional de Segurança. Nesse encontro, o presidente Michel Temer, o presidente do Senado Renan Calheiros e a ministra presidente do STF, Carmem Lúcia, vão tratar da harmonia entre os três poderes
. As relações estão abaladas, sovretudo entre o Senado e o STF em função de uma série de declarações do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL) e da presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia.
Também participam do encontro o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, o ministro da Defesa, Raul Jungamnn, representantes das Forças Armadas, embaixadores, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, o líder do governo no Senado, Aloysio Nunes (PSDB-SP), e o ministro de Relações Exteriores, José Serra.
Serra foi alvo de reportagem da Folha de S.Paulo nesta sexta-feira, em que aparece no acordo de delação premiada da Odebrecht, acusado de receber R$ 23 milhões por meio de caixa dois em 2010. De acordo com executivos da empreiteira, os recursos foram repassados por contas secretas na Suíça.
O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, também está presente no encontro de hoje no Itamaraty. Ele também foi alvo de críticas por parte de Renan Calheiros nesta semana, que chegou a dizer na terça-feira (25) que teria “muita dificuldade de participar de qualquer encontro na presença do ministro da Justiça que protagonizou um espetáculo contra o Legislativo.”
A crise atual entre o Judiciário e o Legislativo teve início na última sexta-feira (21), quando a Polícia Federal prendeu preventivamente quatro policiais legislativos. Na segunda-feira (24), Renan chamou o juiz de primeira instância Vallisney de Souza Oliveira de “juizeco”, por ter autorizado a prisão dos agentes da Casa.
No dia seguinte, sem citar nominalmente o presidente do Senado, Cármen Lúcia rebateu a declaração durante sessão do Conselho Nacional de Justiça, e disse que a cada agressão a um juiz, ela própria se sente agredida. “Todas as vezes que um juiz é agredido, eu e cada um de nós juízes é agredido. E não há a menor necessidade de numa convivência democrática livre e harmônica, haver qualquer tipo de questionamento que não seja nos estreitos limites da constitucionalidade e da legalidade”, disse a ministra.