A situação do Tribunal de Contas do Estado de Alagoas parece complicada. A primeira reunião da nova gestão, sob a presidência da conselheira Rosa Albuquerque, com a presença de todos os demais conselheiros, inclusive s substitutos, membros do Ministério Público de Contas, auditores e diretores da instituição, mostrou uma realidade financeira difícil e administrar.
De acordo com a nova diretoria financeira, mais de 90% do orçamento mensal do órgão – no valor de R$ 7.483 milhões – estão comprometidos com a folha de pagamento e quase a metade está sendo empregada no pagamento de inativos.
“A situação é assustadora. Não tínhamos conhecimento de tal gravidade. Como medida de cautela e buscando maior economicidade, optamos por suspender e revisar os contratos e realizar um estudo sobre o impacto da folha dos ativos e inativos no orçamento do TCE”, disse a nova presidente do Tribunal de Contas.
De acordo com a diretoria financeira, no encontro de contas entre a folha e o duodécimo, mesmo com a devolução das diferenças de salários que ultrapassam o limite constitucional, sobram para custeio mensal apenas R$ 239 mil. E ainda tem restos a pagar da ordem de R$ 4 milhões”.
Pior ainda, o TCE está sem reserva estratégica. Segundo foi divulgado pela assessoria da instituição, o ex-presidente, conselheiro Otávio Lessa, disse que a situação financeira do Tribunal já vinha deficitária, ano após ano, por conta do histórico de não reajuste do duodécimo, ou de reajustes abaixo da inflação, durante anos seguidos. E admitiu que até mesmo uma poupança-reserva, feita na época do presidente Luiz Eustáquio Toledo, no valor acumulado de aproximadamente R$ 7 milhões, e parte dos recursos oriundos do contrato da folha de pagamento com o Bradesco (no valor total de R$ 6,2 milhões), ele teve que utilizar, durante a sua gestão, para quitar despesas de custeio e débitos com o Imposto de Renda.
Diante da situação, a presidente Rosa Albuquerque anunciou, durante a reunião, medidas de impacto na gestão, incluindo revisão de contratos e folha de pagamento, de forma a ajustar a realidade financeira do Tribunal ao duodécimo vigente. As medidas tiveram a aprovação unânime de todos os conselheiros, auditores e membros do MP de Contas presentes à reunião, e começam a vigorar de imediato.
“Temos urgência urgentíssima. A situação encontrada é muito pior do que as anteriormente administradas por meus antecessores, porque eles tinham esse aporte do Fundo Financeiro. E eu não tenho pra onde apelar”, disse a conselheira presidente. Outras medidas emergenciais deverão ser adotadas.
“Vamos trabalhar com absoluta transparência, com a mais rigorosa regularidade em todos os contratos, e dentro da real situação do Tribunal, que nesse momento prudência e contenção de gastos”, concluiu a conselheira Rosa Albuquerque.