Ao acusar a presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), conselheira Rosa Albuquerque, de prejudicar deliberadamente a Prefeitura de Maceió, o prefeito Rui Palmeira (PSDB) encerra o ano colocando um molho ardoso na seara política que se aproxima.
A acusação envolve uma certidão requerida pela Prefeitura para ter direito a empréstimos bancários dolarizados, que, segundo o prefeito, a presidente do TCE estaria segurando por motivações políticas. A conselheira reagiu forte ao chamá-lo de irresponsável. Sem dúvida uma confusão de gente grande.
No entanto, política mesmo é a declaração do prefeito de Maceió. Ele bem sabe que o Tesouro Nacional, diante da crise do setor público no País, não liberaria com facilidade a autorização para os empréstimos pretendidos pelo governo municipal.
Se o fizer para Maceió, certamente, a equipe econômica terá que ceder para inúmeras outras administrações que tentam resolver suas crise buscando dinheiro novo nos bancos. Essa corrida ao tesouro mexe com a economia combalida do País, por que altera o controle de gastos das contas públicas. Em suma, esse é o pano de fundo da questão.
Mas, Rui Palmeira para se livrar dos fardos das promessas de campanha, como o megaprojeto Maceió de Frente pra Lagoa, passou a responsabilizar quem menos tem responsabilidade no caso. Exatamente a presidente do Tribunal.
Nesse caso, o prefeito pode ter cometido uma injustiça com a conselheira Rosa Albuquerque. Logo ela que tem se apresentado totalmente diferente dos antecessores no cargo, quando o assunto é zelo e austeridade na gestão pública. Ela tem sido muito cuidadosa.
Ademais, não custa lembrar, que o ex-Conselheiro Cícero Amélio foi processado por ter liberado uma certidão indevida, quando presidente da corte, para um município alagoano que não podia ter o que pretendia, mas teve pela vontade própria do ex-presidente. Ele enfrentou as consequências.
Os tempos são outros. E, acertadamente, a conselheira Rosa Albuquerque não pretende cometer o mesmo erro.
Como 2018 é ano de eleições, outros rounds virão. E, talvez. chute na canela seja considerado ameno na guerra que está por vir.