20 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Cotidiano

Seis meses de Renan Filho. Até agora só muita fala, planos e planos

O governo vai chegando aos 200 dias, ainda sem uma marca real na administração do Estado.

Renan: muita fala e muitos planos.
Renan: muita fala e muitos planos.

Seis meses já se passaram do governo de Renan Calheiros Filho (PMDB) e a expectativa da sociedade pela “práxis transformadora” ainda não fluiu. O governo está iniciando o sétimo mês, entrando, portanto, para os 200 dias e o que se tem de fato são muitos discursos e opiniões formadas sobre tudo.

Coloque um microfone em frente ao governador e ele fala, fala e fala. Fala, como se diz no interior, “pelos cotovelos”. Em cada uma delas aparecem planos e intenções. Mais planos e planos.

É bem verdade que a herança deixada para os gestores atuais foi um balde água gelada para afogar sonhos e desfazer projetos antes imaginados como canal do desenvolvimento alagoano. Mas, o Estado está quebrado. Pelo menos esse tem sido o discurso dos governantes.

Naturalmente um discurso conveniente para livrarem-se das pressões políticas dos partidos aliados pelos espaços que imaginavam ganhar, assim como para negar as demandas que surgem de parte a parte nas mais variadas formas de parcerias entre governo e sociedade.

Renan: 200 dias.
Renan: 200 dias.

O sentimento de que o governo de Calheiros Filho não andou como todos imaginavam que fosse acontecer logo e a maioria queria brota exatamente do meio político. Nos bastidores da Assembleia Legislativa é que, até então, não há diferença do que se tinha para o que se vê.

Ou seja, assim como Téo Vilela, o governador tucano que deixou o Estado em “petição de miséria”, o novo governador também ainda não disse a que veio, verdadeiramente. A não ser na compulsão da fala.

A novidade – Um governador jovem, com uma visão do novo e capaz, surgiu como a esperança do povo para tirar Alagoas de um atraso secular. No entanto, esse link de passagem para a modernidade ainda não surgiu.

A expectativa da ação consciente e transformadora necessária para mudanças sociais, não apareceu. Evidentemente que  pode surgir pelo tempo que o governo tem pela frente, mas é preciso que haja de fato um indicio real das mudanças e não apenas planos e planos sem o devido ‘consumatum est’.

Se tudo isso é voz corrente no seio da classe política e no pensamento de grande parcela da sociedade, a maioria, no entanto, sente receio de externar a opinião, considerando que raros são os governantes no País que absorvem a critica com serenidade.

Parlamentares – Mas, enquanto oposição light ao governo atual, o tucano Rodrigo Cunha (PSDB) foi o primeiro deputado estadual a criticar o governo de Renan Filho, dando-lhe uma nota 5, o que representa na opinião dele está bem abaixo da média.

Para Cunha, o governador já poderia ter mostrado algo de positivo em sua gestão, mas até agora não fez. Conversa, fala, mas as ações ainda não pontuaram como marca de gestão. Se Cunha tem esse pensamento, a deputada Jó Pereira (DEM) prefere entender que “o novo governador está conhecendo o seu espaço, as dificuldades e as possíveis oportunidades de avançar nos próximos anos”.

Mas, considera também a deputada que precisa progredir na educação e na saúde. “A prestação de serviços essenciais à população alagoana, os de alta complexidade, precisam melhorar muito”.

Colega de Jó, o deputado Francisco Tenório (PMN) diz que o único ponto positivo do governo até então “é a responsabilidade administrativa com as finanças”. Considera polêmica a interpretação que tem sido dada pelo governo, para divulgar redução dos números da violência. Para ele, falta uma análise mais detalhada dos números em questão.

O certo é que o tempo passa e o governo terá que mostrar serviço de fato. A enrolação dos últimos quatro anos em Alagoas, com direito a perda do ano letivo e os indicadores sociais enterrados na lama não podem se perpetuar.

Alagoas pode, deve e merece reagir. A esperança não está perdida.

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