Trabalhadores do Movimento Sem Terra (MST) reocuparam nesta terça-feira, 22, a antiga Fazenda São Sebastião, em Atalaia, e ocuparam a fazenda Laranjeira, no município de Penedo. Em Atalaia, zona da Mata Alagoana, mais de 70 famílias do MST haviam sido despejadas do acampamento São José e retornaram à luta pela área.
A reocupação da Fazenda São Sebastião se deu, segundo as lideranças do movimento por que “aqui nessas terras corre sangue de Sem Terra assassinado pelo latifúndio”,. A área conhecida por ser uma das áreas mais emblemáticas de conflito de terra no estado, já foi palco de vários despejos e até de assassinato de lideranças Sem Terra como em 2005, quando tombou o líder Sem Terra, Jaelson Melquíades, assassinado numa emboscada armada por pistoleiros a mando de fazendeiros.
“No próximo dia 29 completam-se 11 anos do assassinato de Jaelson e essa ocupação é mais uma ação para cobrar dos governos e do Poder Judiciário a real e imediata punição dos envolvidos em sua morte.” Disse em nota a direção do movimento.
“Essa reocupação é para fazer valer o sangue dos companheiros que tombaram na luta pela terra nessa região. Seguiremos em luta até a conquista dessa área para o assentamento das famílias Sem Terra”, disse a direção do Movimento.
Os Sem Terra denunciam também o descumprimento do acordo judicial após o último despejo, quando os antigos proprietários instalaram guaritas e homens armados para intimidar os camponeses e camponesas.
“Há ainda um processo no Tribunal de Justiça de Alagoas, onde o Ministério Público Federal do Trabalho reivindica o cancelamento do usucapião para que a área seja destina ao pagamento dos trabalhadores da Usina Ouricuri”. Segundo a direção do MST, a área foi dada pela justiça de Atalaia a um arrendatário da antiga Usina Ouricuri. Hoje, as famílias já começaram a reerguer os barracos e reorganizando o Acampamento São José.
Em Penedo – São cerca de 250 famílias que ocuparam a Fazenda Laranjeira, no município de Penedo, no Agreste de Alagoas, onde já começam a montar seus barracos de lona preta, reivindicando a terra para o assentamento dos trabalhadores e trabalhadoras rurais da região. “Mais um latifúndio ocupado em Alagoas, na demonstração de que os Sem Terra seguem resistindo e lutando para que a Reforma Agrária seja feita em nosso país”, reforça a nota da direção do MST.