23 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Sérgio Moro revoga prisão de Guido Mantega

Juiz disse que ex-ministro não oferece riscos a colheita de provas.

Horas depois da prisão do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega (PT) na manhã desta quinta-feira (22) pela PF (Polícia Federal) durante a 34ª fase da Operação Lava Jato, o juiz Sergio Moro revogou o pedido de prisão.

Mantega: agora preso
Mantega: liberado

Em seu despacho, Moro diz considerar que Mantega não oferece riscos para a “colheita das provas” procuradas pela Operação e também considerou o fato de que Mantega acompanhava sua mulher que sofre de câncer e estava no hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde ela seria submetida a uma cirurgia. Mantega foi preso pela PF na saída do hospital. “Considerando os fatos de que as buscas nos endereços dos investigados já se iniciaram e que o ex-Ministro acompanhava o cônjuge no hospital e, se liberado, deve assim continuar, reputo, no momento, esvaziados os riscos de interferência da colheita das provas nesse momento”, disse Moro em seu despacho.

Mantega estava em um hospital no momento da detenção e foi alvo de um mandado de prisão temporária assinado por Moro.

Segundo as investigações, em 2012, o então ministro Mantega atuou diretamente junto ao empresário Eike Batista, à época dono da empresa OSX que havia sido contratada pela Petrobras, para negociar o repasse de recursos para pagamentos de dívidas de campanha de partidos políticos aliados do governo relativas às eleições de 2010. Em depoimento, Eike declarou que recebeu pedido do ex-ministro para que fizesse um pagamento de R$ 5 milhões para o PT.

Mantega comandou o ministério entre 2006 e 2014, nos governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Ele também foi presidente do Conselho de Administração da Petrobras. A prisão temporária é decretada em casos específicos e prorrogável por igual período caso comprovada sua necessidade