20 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Bleine Oliveira

Sim, a depressão ‘bate as asas sobre nós’

Pouca gente tem coragem de sair da caixa. O resultado é cada vez mais pessoas deprimidas!

Tela “Aos portões da eternidade”, do holandês Vicent Van Gogh – Internet

No ritmo que a vida segue, talvez o número de pessoas deprimidas vá além das estimativas dos órgãos de saúde pública. Além das crises nacionais, tem outras coisas comprometendo o equilíbrio psíquico de muita gente.

Nem mesmo os jovens e os adolescentes que, em tese, estariam imunes, escapam da depressão.

A busca desenfreada por dinheiro e pelos bens de consumo, e a difusão da riqueza e do luxo como únicas fontes de felicidade, estão abrindo caminho para essa assustadora doença.

Os processos de mudanças dentro da sociedade em que vivemos, parecem estagnados. Há um modelo sendo repetido, repetido e repetido.

Tornou-se impossível saber quem está feliz, além das fotos e vídeos publicados nas redes sociais!

A liberdade individual foi amarrada e amordaçada. A pessoa hoje está praticamente impedida de escolher um modo de funcionar fora da estrutura social vigente.

Se você não está nas baladas, festas, shows e bares da moda todo final de semana; se não posta fotos mostrando o que está curtindo, você é over (algo como estar em baixa).

Complicado isso!

Tem muita gente mergulhada numa ilha da fantasia por anos a fio, até descobrir que a liberdade de ser, individualmente, está limitada.

As relações são cada vez mais descartáveis. Pouco se investe em confiança e solidariedade. O resultado é muita gente afastando-se do próprio ideal de felicidade, e aproximando-se rapidamente da depressão.

Socialmente, e profissionalmente também, está cada vez mais difícil realizar sonhos.

Por que é que eu tou escrevendo isso?

Pra dizer que a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que até 2020 a depressão vai se tornar a doença mais incapacitante no mundo.

Misericórdia!