(*) Graça Carvalho
Poucas horas após Sindicatos representativos dos caminhoneiros anunciarem ter fechado acordo com o Governo Temer, em todo o país, os motoristas autônomos, via aplicativo Whatsapp, marcaram pontos de encontro para manter a mobilização.
Em Alagoas, o “Sindicato do Whatsapp” marcou ponto de encontro em frente ao Porto de Maceió. Por volta das 22 horas, alguns caminhoneiros autônomos atenderam ao chamado nos grupos da rede social e lá estavam.
O Eassim esteve por lá para conferir a mobilização. No palanque improvisado em um dos caminhões, eles discutiram estratégias de mobilização, contrapondo-se ao fim da paralisação anunciado horas antes, em nível nacional. Em meio às falas, houve até culto evangélico.
“Eu estava em casa e recebi mensagem no grupo e vim porque não concordo com esse acordo de migalha”, afirmou um dos caminhoneiros, que pediu para não ser identificado.
A capacidade de mobilização via redes sociais é mesmo indiscutível. Ao que parece, “Sindicato do Whatsapp” quer ser ouvido e já demonstrou, em inúmeros episódios de mobilizações neste país, que tem muita força. Não dá mesmo para desconsiderar o povo, quando o assunto mexe no bolso e está acima de convicções partidárias.
Em tempo, só para relembrar o que foi acordado entre os Sindicatos e o Governo Temer (já noticiado pelo Éassim): redução a zero o imposto sobre o diesel em 2018; corte de 10%, mantendo a redução do valor do óleo diesel na refinaria nos próximos 30 dias (a União vai pagar pelos 15 dias além do que a Petrobras se comprometeu); e reajustes a cada 30 dias, para garantir periodicidade mínima para alterar o preço do óleo diesel na refinaria, com compensação da União à Petrobras.
E ainda , reedição, em 1º de junho, da tabela de referência do frete do serviço do transporte remunerado de cargas por conta de terceiros, com atualização trimestral; isenção de pedágio sobre caminhões com eixo vazio nos estados; e reeditar, em até 15 dias, medida provisória para autorizar a Conab a contratar caminhoneiros autônomos, dispensando procedimento licitatório para até 30% de sua demanda de frete; e manter o setor de transporte rodoviário de cargas na fórmula para pagar menos impostos sobre suas folhas de salários.
Pelo último boletim informativo da Polícia Rodoviária Federal, em Alagoas,, divulgado no início da manhã de hoje, dá para notar que há ainda muita indefinição quanto ao fim da greve dos caminhoneiros. Segundo a PRF/AL, em Maribondo, a situação voltou ao normal, mas, em Rio Largo e Palmeira dos Índios a greve se mantém. E, em Santa do Ipanema, os caminhoneiros pararam, mas os motoristas de transporte alternativo pararam.