Articulados e na presença de dirigentes do Banco do Brasil em Alagoas, prefeitos, deputados e membros do Ministério Público, integrantes do Sindicato dos Bancários aproveitaram a sessão solene de comemoração dos 100 da instituição no estado, realizada na manhã desta quinta-feira (1º), no plenário do Poder Legislativo, para protestar sobre as medidas que, segundo os administradores do banco, estão sendo feitas com o objetivo de reestruturar a entidade.
Na contramão do que dizem as autoridades do banco, os representantes sindicais intitularam essas decisões como ‘pacotes de maldades’ para os servidores e a sociedade. Isso porque só em Maceió serão fechadas três agências: no Centro (Rua do Sol – agência 4423), na Avenida Fernandes Lima (4983) e no Jacintinho (5726). Ao lado de colegas mobilizadores, que seguravam faixas de protesto no meio da sessão, o presidente do Sindicato dos Bancários, Jairo França alertou os deputados de como essas medidas estão sendo tomadas.
“É louvável quando se abre uma agência, mas quando isso acontece e se fecha três, eu não sei como essa conta se encerra. Inclusive, muitos dos deputados são de interiores e sabem das dificuldades que é para a tecnologia chegar nestes pequenos municípios. O acesso é muito mais complicado. O que queremos que antes de transformar a agência em algo digital, seja feito um estudo. Será que o povo está preparado para operar com agência tecnológica?”, indagou o presidente do Sindicado Jairo França, afirmando também que é cogitado o fechamento de três agencias no interior de Alagoas. O protesto se estende ainda para o desligamento de pessoal, o fim das gerências administrativas e a extinção de funções, entre outras medidas do pacote.
Também aproveitando o espaço cedido pelo deputados, a servidora do Banco do Brasil, Arivoneide Moraes, fez um rápido histórico sobre a empresa entre a década de 90 e os dias atuais, mostrando que em determinados períodos a sua função de banco público esteve ameaçada. Em 95 com o Plano de Demissão Voluntária (PDV) e o desmonte do governo FHC, e agora com a reestruturação e o desmonte do governo Temer. “Nos governos Lula e Dilma o BB assumia um papel mais social, tínhamos concurso público, havia reserva de concursados. Hoje o banco quer imitar o Bradesco, aliando-se a um projeto digital que não era permitido no governo anterior”, destacou.
Arivoneide pediu aos deputados e à Assembleia Legislativa que cobrem explicações do Banco do Brasil a respeito do pacote de reestruturação, sobretudo no que se refere ao fechamento das agências, postos de atendimento e redução de pessoal. “Eles precisam dizer porque vão fechar unidades como a do Jacintinho, onde está uma ampla comunidade carente. Quais foram os critérios? O banco não tem compromisso social com o povo do Jacintinho?”, reforçou o questionamento do presidente sindicalista.
No último dia 21 de novembro, o BB informou por meio de uma coletiva que fechará 402 agências em todo o País e transformará outras 379 em postos de atendimento ao longo do próximo ano. A medida do PDV visa atingir 18 mil funcionários da instituição. Os servidores que aderirem ao plano receberão 12 salários mais indenização pelo tempo de serviço, que vai de um a três salários. O BB conta atualmente com 109.159 funcionários. Tanto o plano de aposentadoria como a redução de jornada são voluntários.