A situação de precariedade nas delegacias do interior do estado e o desvio de funções de policiais civis, que são levados, muitas vezes, a deixar o trabalho investigativo para tomar conta de presos, são queixas antigas que sempre voltam à pauta do sindicato da categoria (Sindpol), nos períodos de negociação coletiva.
E apesar de o Estado ter alardeado investimentos, em vários cantos de Alagoas, as visitas realizadas esta semana, por dirigentes da entidade a delegacias da região norte, constataram várias situações onde problemas se acumulam e se multiplicam, prejudicando o trabalho dos policiais e a segurança da população.
De acordo com os dirigentes sindicais Carlos Jorge e Carlos José da Rocha, nas delegacias de Flexeiras, Joaquim Gomes, Colônia Leopoldina, Porto Calvo, Maragogi, São Miguel dos Milagres, Porto de Pedras, Matriz de Camaragibe, Passo de Camaragibe e São Luiz do Quitunde, foram constatadas situações de insalubridade, precariedade estrutural e carência de efetivo policial.
Eles relataram que em várias delegacias há vazamentos, infiltrações, rachaduras em paredes, portas e móveis quebrados, cupim, problemas nas instalações elétricas e hidráulicas, alojamentos inadequados e acúmulo de materiais apreendidos, que tornam-se ambientes propícios à proliferação de mosquitos, roedores, escorpiões e outras pragas.
Segundo eles, a delegacia regional de Matriz de Camaragibe passou por reformas, mas continua interditada pela Justiça e não está recebendo novos presos. Há infiltrações nas paredes e problemas estruturais.
A delegacia de São Luiz do Quitunde também continua em precárias condições estruturais, apresentando paredes com infiltrações, portas velhas e com cupins, entre outros problemas.
Em Maragogi, há infiltrações na parede e o alojamento é inadequado.
Em São Miguel dos
Milagres, o Sindpol encontrou muito material de apreensão dentro da delegacia, que cria um ambiente sujo e insalubre para policiais e população.
A mesma situação foi verificada na Delegacia de Passo de Camaragibe com problemas estruturais na rede de esgoto e os resíduos escorrendo a céu aberto.
Em Colônia Leopoldina, segundo o Sindpol, a situação é ainda mais caótica. São 11 presos em uma área sem estrutura, com problemas hidráulicos, sem ventilação e temperatura elevada. Os dirigentes da entidade e a Promotoria de Justiça já pediram ao juiz Gilvan de Santana Oliveira, para pedir a interdição da delegacia. Mas a decisão só sai esta semana.
COBRANÇA
O Sindpol informou que está cobrando da Delegacia Geral de Polícia, da Secretaria de Segurança Pública, do Tribunal de Justiça, do Ministério Público e do Conselho de Segurança Pública as medidas cabíveis para resolver os problemas dessas delegacias, que, na avaliação da entidade, colocam em risco a integridade física dos policiais civis, da população e dos detentos.
AMEAÇA DE GREVE
Nas visitas às delegacias, os dirigentes do Sindpol divulgaram a realização da assembleia geral que será realizada no dia 14 de março, a partir das 13 horas, no auditório do Sindicato dos Urbanitários, no Centro de Maceió, com indicativo de greve em pauta.
- Com informações e fotos da Assessoria do Sindpol