Cerca de 48 tipos de variedades de soja estão sendo desenvolvidos em Alagoas pela Secretaria de Agricultura, em parceria com a Embrapa, para a criação de um banco de sementes que possa atender ao País. Essa pelo menos é a expectativa do secretário Álvaro Vasconcelos, titular da pasta estadual.
As 48 variedades de soja foram plantadas em uma área particular de aproximadamente 30 hectares. Segundo o proprietário da terra, Edilson Maia, o plantio da soja em Alagoas é economicamente viável, trazendo ainda benefícios para a cana-de-açúcar a partir da renovação do solo.
“Eu plantava soja há 20 anos, mas acabei priorizando a cana. A soja está voltando a Alagoas, mas não para competir com a cana, não para tirar espaço, mas para somar. Acredito que o único caminho para aumentar o volume e a produtividade da cana em Alagoas seja o rodízio do plantio com o milho e a soja. Não tenho dúvidas de que a soja chegou para dar uma grande contribuição para o agronegócio no Estado”, disse Maia.
Atualmente, o cultivo da soja ocupa uma área de 400 hectares, principalmente nos municípios de São Miguel dos Campos, Campo Alegre, Teotônio Vilela, Junqueiro e Porto Calvo. De acordo com o pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros, Antônio Dias Santiago, os experimentos apontam uma boa produtividade de soja nessas regiões, até maior que a média nacional.
“Nossa preocupação é apontar soluções para diversificar a agricultura em Alagoas. A diversificação é a chave da sustentabilidade das lavouras. Como a soja é uma leguminosa, ela favorece a cana se plantada em consórcio, pois seu resto cultural serve de adubação orgânica substituindo parte do fertilizante nitrogenado usado na cana”, disse o pesquisador.
Para o secretário de Estado da Agricultura, Álvaro Vasconcelos, a diversificação da produção rural em Alagoas representa a garantia de superação da atual crise econômica vivenciada pelo Estado.
“Queremos a diversificação, não a substituição da cultura da cana, que continua tendo importância fundamental para o Estado. Com o milho, temos a possibilidade de atender a um mercado extenso. Nossa intenção é produzir este pelo menos o dobro ou o triplo do que foi produzido na safra passada, e aumentar gradualmente esse volume até sermos autossuficientes e podermos vender para outros estados”, disse o secretário.