28 de março de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Taxa de desemprego no Nordeste é a maior do país: 12,8%, segundo o IBGE

Média nacional é de 10,9%. O percentual de mulheres desempregadas cresceu mais que o de homens

A taxa de desemprego na região Nordeste é a maior do país, porém não foi a única a apresentar crescimento. A taxa de desocupação no Brasil cresceu 10,9% no primeiro trimestre de 2016, em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O Nordeste foi de 9,6% para 12,8%, o Sudeste de 8,0% para 11,4%, Norte de 8,7% para 10,5%, Centro-Oeste de 7,3% para 9,7% e Sul de 5,1% para 7,3%. No 4º trimestre de 2015, as taxas haviam sido de 10,5% no Nordeste, 9,6% no Sudeste, 8,6% no Norte, 7,4% no Centro-Oeste e 5,7% no Sul.

Entre as unidades da federação, as maiores taxas de desocupação no 1º trimestre de 2016 foram observadas na Bahia (15,5%), Rio Grande do Norte (14,3%) e Amapá (14,3%), enquanto as menores taxas estavam em Santa Catarina (6,0%), Rio Grande do Sul (7,5%) e Rondônia (7,5%).

O nível de ocupação (indicador que mede a parcela da população ocupada em relação à população em idade de trabalhar) ficou em 54,7% para o Brasil no 1º trimestre de 2016. Apenas a região Nordeste ficou abaixo da média do país, com 49,0%. Nas demais regiões, o nível de ocupação foi de 59,8% no Sul, 58,6% no Centro-Oeste, 55,9% no Sudeste e 55,0% no Norte.

Alagoas (42,8%), Rio Grande do Norte (46,7%) e Ceará (47,2%) apresentaram os níveis de ocupação mais baixos, enquanto Santa Catarina (60,4%), Rio Grande do Sul (59,8%) e Mato Grosso do Sul (59,7%) apresentaram os maiores percentuais.

O Nordeste também liderou o menor número percentual dos empregados no setor privado com carteira de trabalho. Nas grandes regiões foram de 85,1% no Sul, 83,7% no Sudeste, 78,1% no Centro-Oeste, 63,5% no Norte e 63,1% no Nordeste. A média no Brasil foi de 78,1%. Santa Catarina (89,1%), Rio de Janeiro (86,3%), São Paulo (85,5%) apresentaram os maiores percentuais de empregados no setor privado com carteira de trabalho, enquanto Maranhão (52,5%), Piauí (53,3%) e Paraíba (57,3%) apresentaram os menores.

Todas as grandes regiões apresentaram diferenças significativas na taxa de desocupação por sexo. No Brasil, a taxa ficou em 9,5% para os homens e 12,7% para as mulheres, uma diferença de 3,2%. A região Norte mostrou a maior diferença (5,4 p.p maior para as mulheres) e as regiões Sul e Sudeste apresentaram a menor diferença (2,9 p.p maior para as mulheres).

Por nível de instrução, a maior taxa de desocupação, no Brasil, foi observada para pessoas com ensino médio incompleto (20,4%). Para o grupo de pessoas com nível superior incompleto, a taxa foi estimada em 13,3%, mais que o dobro da verificada para aqueles com nível superior completo (5,9%). Esse comportamento se repete entre as grandes regiões.

Na população desocupada, o percentual de mulheres foi superior ao de homens. No 1º trimestre de 2016, elas representavam 50,8% dos desocupados no Brasil. Apenas na região Nordeste o percentual de mulheres na população desocupada (48,9%) foi inferior ao de homens. Já a maior participação das mulheres dentre os desocupados foi observada na região Sul (54,4%).

Por nível de instrução, a pesquisa mostrou no 1º trimestre de 2016 que mais da metade dos ocupados no Brasil tinha concluído pelo menos o ensino médio (55,0%), 29,3% não tinham concluído o ensino fundamental e 17,9% tinham concluído o nível superior.

A pesquisa também apontou diferenças regionais com relação à forma de inserção do trabalhador no mercado de trabalho. Nas regiões Norte (33,6%) e Nordeste (31,9%) o percentual de pessoas que trabalham por conta própria foi superior ao observado nas demais regiões. O mesmo foi constatado para os trabalhadores familiares auxiliares, que apresentaram maior participação nas regiões Norte (6,1%) e Nordeste (3,5%).

O percentual de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado mostrou cenários distintos regionalmente, com as regiões Norte (63,5%) e Nordeste (63,1%) apresentando-se em patamares inferiores aos das demais regiões. Destaca-se que na comparação anual, a região Sul foi a única que apontou um aumento deste indicador, passando de 84,7% no 1º trimestre de 2015 para 85,1% no 1º trimestre de 2016.

No Brasil, no 1º trimestre de 2016, 38,6% das pessoas em idade de trabalhar estavam fora da força de trabalho (não trabalhavam nem procuravam trabalho). A região Nordeste foi a que apresentou a maior parcela de pessoas fora da força de trabalho, 43,9%. As regiões Sul (35,4%) e Centro-Oeste (35,2%) tiveram os menores percentuais.

A população fora da força de trabalho era composta em sua maioria por mulheres, que, no 1º trimestre de 2016, representavam 66,1% desse contingente. Todas as regiões apresentaram comportamento similar.

Cerca de 35,9% da população fora da força de trabalho era composta por idosos (pessoas com 60 anos ou mais de idade). Jovens com menos de 25 anos de idade somavam 28,2% e os adultos, com idade de 25 a 59 anos, representavam 35,9%.

A publicação completa da PNAD Contínua, com os dados divulgados hoje, está disponível aqui. Os principais resultados para o Brasil como um todo já haviam sido divulgados no dia 29 do mês passado. Na atual divulgação, além das informações segundo os 80 recortes regionais da pesquisa, estão disponíveis também detalhamentos dos principais indicadores do mercado de trabalho por sexo, idade e nível de instrução.