25 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
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Temer cozinha nome de Beltrão para turismo; só depois do impeachment

Patrono da indicação, ao senador Renan não basta seguir o relator mas trabalhar para que seus aliados também o façam

Como nunca foi um “irmão fraterno” do senador Renan Calheiros (PMDB), o interino presidente da República vai cozinhando “em banho maria” a indicação do alagoano para o Ministério do Turismo. Muito se falou do nome de Marx Beltrão, mas o caso ainda está em “análise”.

E assim vai ficar até o julgamento do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) no Senado Federal. E a razão é simples, Temer – o homem que recebeu propina de R$ 10 milhões em dinheiro vivo, no palácio do Jaburu, segundo delação da Odebrechet – não quer nenhuma surpresa contra seu projeto de seguir à vida no Palácio do Planalto até 2018.

Para isso acontecer, o senador Renan Calheiros tem um papel fundamental pela liderança que exerce na casa. Liderança tamanha que até poderia reverter a situação do impeachment. Conhece como ninguém o caminho das pedras nesse tabuleiro empoeirado e marcado por mãos sorrateiras.

O certo é que o cobiçado Ministério do Turismo, que no governo Dilma sempre esteve nas mãos do senador Renan Calheiros, agora está vago. Assim ficou tão logo o titular anterior, indicado por Temer, foi afastado depois de ter sido denunciado como um dos envolvidos na Lava Jato.

Em síntese, nessa história toda, o Ministério do Turismo é uma moeda valiosa para Michel Temer conquistar seu principal objetivo de vida.

Ao senador Renan não basta seguir o relator, mas também trabalhar para que aliados seus também façam o mesmo. E não é que o impeachment dependa exclusivamente desses números. Pelo contrário, há votos suficientes para Temer.

Mas, no fundo, há mais razões nesse meio que a própria razão desconhece.

Ou não?