Depois de colocar o Exército nas ruas contra os manifestantes nesta quarta-feira, 24, o presidente Michel Temer pediu aos dirigentes do PMDB que se livrassem do senador Renan Calheiros. Renan é o líder da bancada no Senado e se manifestou contra o Decreto que autorizou o uso das Forças Armadas para combater manifestações.
Os dirigentes partidários participaram e a maioria da bancada participaram de uma reunião com o presidente Michel Temer, na manhã de quarta – para a qual Renan não foi chamado -, alguns senadores pediram a Renan que chamasse uma reunião. O senador se recusou e disse que então fizessem uma lista e o destituíssem.
“Renan deve ter apoio de quatro senadores”, disse uma das fontes. No total, o PMDB soma 22 nomes no Senado. Roberto Requião (PR), Eduardo Braga (AM) e Kátia Abreu (TO) seriam os nomes ainda leais ao senador.
Durante a reunião da manhã, com Temer, os senadores se queixaram da liderança de Renan, enquanto o presidente pedia o apoio da bancada no Senado. Praticamente desde o momento em que deixou a presidência do Senado e assumiu a liderança do PMDB, Renan tem criticado abertamente o governo, inclusive as reformas trabalhista e previdenciária propostas por Temer.
O Planalto já havia ensaiado um movimento para tirar o senador da liderança, mas optou, em um primeiro momento, tentar abrir um diálogo – o que chegou a ser bem-sucedido por alguns dias, com Renan participando de reuniões no Planalto e amenizando as críticas.
Nos últimos dias, no entanto, depois da decisão do Supremo Tribunal Federal de abrir inquérito contra Temer por corrupção passiva, obstrução da Justiça e participação em organização criminosa, o senador voltou às estocadas e vem defendendo abertamente a saída do presidente e uma eleição indireta para substituí-lo.
Em meio à maior crise que o governo enfrenta, a posição do líder da bancada do partido do presidente passou de um incômodo para um problema. Temer, então, exigiu a cabeça do senador.