A expectativa de que o Presidente Michel Temer pode ser denunciado a qualquer momento, no Supremo Tribunal Federal (STF), pela Procuradoria Geral da República (PGR), tem movimentando o Governo e seus aliados numa força-tarefa para dar andamento no Congresso, às votações prioritárias do Palácio do Planalto.
E nessa escala, a aprovação da reforma trabalhista no Senado está na ordem do dia das reuniões da tropa de choque do Governo, encontros que têm sido cada dia mais frequentes e intensos. Na pressa, a votação da reforma da Previdência foi relevada ao segundo plano.
O Presidente Temer é alvo de inquérito no STF por suspeita de corrupção, obstrução à Justiça e organização criminosa, fundamentadas, principalmente, em delação feita pelos irmãos Batista, empresários da JBS. A denúncia contra ele deve ser formalizada nos próximos dias, pela PGR.
PRIORIDADE
O que justifica a prioridade para a reforma trabalhista é a avaliação do bloco aliado do Palácio de que os encaminhamentos estão mais avançados e há um consenso maior em torno da matéria, por parte dos parlamentares. Nesta quinta (8), o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), falou inclusive em acordo com a oposição em relação à proposta já aprovada na Comissão de Assuntos Estratégicos (CAE), cujo relatório deverá ser lido na próxima terça-feira (13), e votado no próximo dia 20.
O próximo passo, a partir daí, é a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC), cujo relator é o próprio Jucá.
Se for aprovada sem modificações no plenário do Senado, em votação prevista para o dia 28 deste mês, a proposta de reforma trabalhista segue para sanção presidencial. Caso contrário, terá que fazer o caminho de volta para a Câmara dos Deputados e começar tudo de novo.
Já a reforma da Previdência, deve ficar de molho, aguardando bons tempos, que só virão, talvez, quando a crise política esfriar.
Se esfriar.