25 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Terceira fase da Lava jato investiga R$ 10 milhões em popinas do PSDB

Dinheiro teria sido distribuído com os políticos e líderes da legenda tucana

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira, 2, a 33ª fase da Operação Lava Jato. Os alvos são a construtora Queiroz Galvão e o consórcio Quip S/A, do qual a empreiteira era acionista líder. A Queiroz Galvão, terceira em volume de contratos com a Petrobras, é suspeita de ter pagado R$ 10 milhões ao ex-presidente do PSDB, Sérgio Guerra. Dinheiro que teria sido distribuído com vários lideres políticos da legenda tucana.

Polícia federal em novos  mandados de buscas.
Polícia federal em novos mandados de buscas.

O objetivo desta fase, denominada Resta Um, é investigar contratos para obras no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro e nas refinarias de Abreu e Lima (PE), do Vale do Paraíba (SP), Landulpho Alves (BA) e de Duque de Caxias (RJ).

Estão sendo cumpridos 23 mandados de busca e apreensão, dois de prisão preventiva, um de prisão temporária e cinco de condução coercitiva nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Goiás, Pernambuco e Minas Gerais.

Foram presos preventivamente o ex-diretor Othon Zanoide Moraes Filho e o ex-presidente Ildefonso Colares Filho – que já haviam sido detidos na sétima fase da Lava Jato, em novembro de 2014, mas foram soltos após decisão da Justiça. Já o mandado de prisão temporária é contra Marcos Pereira Reis, executivo da Quip.

Segundo a PF, a construtora integrava o chamado “cartel de empreiteiras”, com pagamentos de propina sistemáticos a funcionários e diretores da Petrobras, assim como a partidos políticos. As investigações mostram que o cartel maximizou os lucros das empresas privadas e gerou prejuízos bilionários para a estatal.

A força-tarefa da Lava Jato também informou ter identificado indícios concretos de que executivos da construtora fizeram pagamentos em dinheiro para dificultar o andamento da CPI da Petrobras no Senado, em 2009. A comissão tinha como vice-presidente o ex-senador Gim Argello (PTB-DF), acusado de receber pagamentos em dinheiro para evitar a convocação de executivos para depor no colegiado. Gim foi preso na 28ª fase da Lava Jato e fechou acordo de delação premiada no dia 21 de julho.