O cidadão comum quando flagrado no malfeito sofre as consequências do constrangimento e, praticamente, tem sua vida transformada num inferno. Quando o cidadão é do meio político pouco importa. Parece que, com raríssimas exceções, eles não têm alma e, por isso mesmo, vergonha nenhuma.
Os exemplos vão desde os que votaram para manter o nefasto governo de Temer no poder, aos costumeiros casos de desmandos na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE).
O novo caso que pontua na ALE, atualmente, é o da deputada Thaíse Guedes, acusada pela Polícia Federal de participar com outros parlamentares de um desvio de R$ 15 milhões dos cofres públicos. O dinheiro, segundo a PF, foi drenado via servidores “fantasmas”.
Esse filme já passou nas salas de projeções do parlamento alagoano por diversas vezes e os atores – novos e velhos – seguem o roteiro e o figurino da casa sem muita cerimônia.
Ou seja, nada intimida o pessoal. Os esquemas continuam rolando do mesmo jeito e não apenas lá.
No caso específico Thaíse Guedes é apenas mais uma entre tantos flagrados no malfeito, que contabiliza em sua conta em torno de R$ 200 mil.
Do ponto de vista da imagem da parlamentar, a situação ficou ainda mais grave quando seguranças dela partiram para agredir uma equipe de reportagem da Tv Gazeta, que buscava informações sobre o fato.
Tudo isso é lamentável. Mas a grande questão é que por aqui – como em todo lugar desse País continental – a sociedade reclama de tudo. Mas é só o que faz, além dos xingamentos e ameaças praticadas pelas redes sociais. Só e somente só.
Diariamente, a ex-presidente do Sindicato dos Servidores da Assembleia Legislativa, Alari Romariz, hoje aposentada, grita alto em sua página do Facebook sobre os desmandos da ALE. Mas é um grito isolado. Esse é o reflexo da capacidade de um povo que já se acostumou a reclamar de longe.
Vale dizer que todos chegaram à ALE pelo voto popular. E quase todos voltarão ao Poder da mesma forma e utilizando os mesmos métodos, com a devida conivência da maioria esmagadora do povo reclamador.
Querer eximir-se de responsabilidade agora é muito mais que cômodo.